Os estudos de deslocamento populacional sempre serviram para traçar rumo de doenças e realizar estudos sobre suas origens e trajetos. O que ficou muito mais fácil agora, é que esta mobilidade pode ser acompanhada pelo celular. O uso deste tipo de estratégia está sendo usado para entender um pouco mais sobre o vírus Ebola e, em seguida, para tentarmos criar estratégias de prevenção da doença.
Segundo o MIT, a operadora de celular Africana entregou o acesso a dados de seus clientes para pesquisadores, podendo, assim, acompanhar movimentos da população na região e ajudar a prever a propagação do vírus Ebola.
Tal modelo é criado para oferecer dados sobre possíveis locais em que medidas preventivas e de cuidados de saúde teriam efeitos. E a ideia não é restringir o movimento, como já tem sido feito, por exemplo, por Senegal, que fechou sua fronteira com a Guiné.
A Orange Telecom também realizou uma “autorização excepcional” para contenção de riscos da doença para a ONG Flowminder. Um dos fundadores, o médico Linus Bengtsson, disse “Se houver surtos em outros países, pode ser uma indicação de que locais ligados ao surto podem estar em maior risco de novos surtos”
O modelo, coletado, anonimizado e agregado resultou em informações de 150 mil pessoas e ajudou a Flowminder a construir uma imagem dos padrões de viagem dos residentes do continente africano.
A organização criou, ainda, um mapa interativo da propagação da epidemia desde o mês de março, tendo como referência os dados de óbito dos portadores do vírus Ebola.
É importante salientar que o modelo criado pela ONG é um rascunho com base em referências ao longo do tempo e não leva em conta a mudança de comportamento e hábitos de viagem das pessoas graças ao vírus Ebola.