A série americana Dr. Kildare, exibida pela TV Excelsior na década de 60, foi o ponto de partida para a criação do Grupo Inal, responsável pela administração das duas unidades do Centro de Medicina Avançada (Cema), uma na região da Mooca e outra em Santana, e do hospital geral Villa-Lobos.
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O primeiro centro hospitalar do grupo, na zona Leste, foi inaugurado em 1975 por Angelo Aquino, que em 2002 optou por uma gestão profissionalizada, deixando a administração da holding corporativa sob responsabilidade dos seus três filhos, que hoje integram o Conselho de Administração.
A tradição do Cema localizado na Mooca inspirou o Grupo Inal a planejar um serviço diferenciado naquela região, assim como já existia em hospitais da zona Sul, como no Sírio-Libanês, São Luiz e Oswaldo Cruz por exemplo.
Com 4,5 milhões de habitantes na zona Leste a região apresentava déficit de leitos de internação em apartamentos, enfermarias, salas cirúrgicas e de terapia intensiva. ?Tivemos acesso a uma pesquisa que aponta que na zona Leste 40% dos usuários de planos de saúde têm direito a apartamento. E, quando o assunto era tratamento mais complexo, esses usuários precisavam se deslocar para outras regiões. Com esse viés, por que não oferecer essa alternativa??, pondera o diretor executivo do Grupo Inal, Luiz Carlos Lazarini.
Após aprovação da proposta estratégica, em 2006 a holding deu início à construção do Hospital Villa-Lobos, com foco em integração de tecnologia, técnica hospitalar e acolhimento.
Com 200 leitos distribuídos em dez andares, sendo 165 para internação, 20 de UTI e 15 de semi-intensiva, e capacidade para atender 600 pacientes por dia no Pronto Socorro e realizar 1mil cirurgias de alta complexidade por mês, a unidade contou com investimentos de R$ 50 milhões, dos quais cerca de ¼ foi destinado para equipar o centro cirúrgico. O payback em valores nominais é de cinco anos ? tempo considerado razoável pelo executivo.
Construído numa área de 16 mil m2, o hospital também conta com 14 salas cirúrgicas e a presença da Dasa no Centro de Diagnóstico ? responsável por investir R$ 4 milhões em equipamentos para o atendimento de análises clínicas e exames de imagem. ?Ao invés de investirmos nesse segmento optamos por trazer alguém que entendesse realmente do mercado?, destaca Lazarini.
Um dos planos elaborados no projeto é o de oferecer o equivalente para todas as classes sem diferenciar o atendimento aos usuários de apartamento e enfermaria. O foco é buscar o equilíbrio entre ?a frieza de um equipamento? e a humanização. ?Cada cliente é atendido de forma personalizada, assim como manda a cultura dos presidentes do grupo?, comenta.
Para isso, o Villa-Lobos conta com corpo clínico 100% aberto, composto por profissionais de renome no setor. O objetivo é se tornar um hospital com alto nível de atendimento nos primeiros meses de funcionamento. Entre as estratégias está a contratação de professores doutores.
Segundo o executivo, cerca de 600 médicos atuam na unidade, que está aberta para que todos os médicos cirurgiões da zona Leste possam operar seus pacientes. ?Trabalhar desta forma faz parte da nossa estratégia comercial: ter o consumidor como usuário do plano que se dirige ao Pronto Socorro; deixar o hospital à disposição do médico com infraestrutura e segurança; e oferecer aos convênios a melhor relação custo-benefício?.
O Villa-Lobos abriu as portas em novembro de 2007, passando a operar de fato no início de 2008. Atualmente, o hospital trabalha com 60% de sua capacidade e tem como meta alcançar os 90% a partir do próximo ano.
Em setembro de 2008, a projeção de Lazarini era de um faturamento de R$ 30 milhões. ?A partir do quarto ano de funcionamento a ideia é faturar anualmente R$ 144 milhões?, relata o diretor executivo do Grupo Inal.
Indicadores
Bimestralmente o Hospital Villa-Lobos realiza uma pesquisa de satisfação de clientes por meio de um questionário. De acordo com Luiz Carlos Lazarini, a principal medida de fidelidade com os pacientes é ele indicar e repetir o uso do produto. ?No primeiro semestre deste ano nós atendemos cerca de 11 mil pacientes/mês e metade deles estava retornando ao hospital após algum tipo de procedimento?, afirma o executivo ao mostrar que a pesquisa aponta que a outra metade era clientes novos.
A pesquisa realizada pela instituição aponta que entre esses novos pacientes em média 25% foram indicação de médicos ou amigos. Além disso, mensalmente e diariamente são realizadas pesquisas de reclamações, também utilizadas como um indicador.
De acordo com Lazarini, o grupo Inal conta com planos de orçamento e sistema de acompanhamento pelo Balanced Score Card, baseado em metas e indicadores.
A média dos últimos três meses aponta que o hospital realizou 12 mil consultas no Pronto Socorro, com capacidade para 20 mil; 700 internações, quando a capacidade é de 1,4 mil; e 300 atendimentos em outros exames.
Investimentos do Grupo Inal
Por ser um hospital com pouco mais de dois anos, o diretor executivo do Grupo Inal, Luiz Carlos Lazarini, destaca que não serão necessários grandes investimentos na unidade no segundo semestre de 2010.
Um ponto destacado é aplicar em serviços adicionais, como em Litotripsia. ?Pode haver também eventuais necessidades de investir em novos equipamentos, mas por enquanto não tem nada especifico?, afirma.
Por outro lado, o grupo tem investido fortemente no Cema. Cerca de R$ 1,5 milhão já foi investido em novos equipamentos somente em 2010.
Outros R$ 40 milhões deverão ser aplicados no projeto de expansão da holding, que inclui 12 novas unidades nos próximos cinco anos. Destas, três devem ser inauguradas ainda no segundo semestre de 2010.
?Estamos estudando as regiões de Osasco, Interlagos e Aricanduva, mas ainda não temos nada definido?, esclarece Lazarini. A ideia é que todas sejam implantadas na grande São Paulo.
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