A implantação de um PACS, por si só, exige das equipes médica, administrativa e de TI (tecnologia de informação) um trabalho cuidadoso e exaustivo. Algumas das etapas fundamentais para um projeto de PACS bem sucedido envolvem tarefas como definição das ferramentas presentes no momento de efetuar o laudo para cada perfil de usuário, relatórios de análise do fluxo de trabalho e de produtividade disponíveis para a alta administração, gerenciamento da integração entre os fornecedores de PACS e HIS/RIS e infraestrutura necessária para o bom funcionamento do sistema. 

Além disso, há uma modalidade que necessita de cuidados especiais na definição de projeto: a Mamografia Digital, seja ela de CR ou DR. É a modalidade que possui o maior número de entidades reguladoras no mundo, assim como as boas práticas já bem definidas para o seu trabalho. É um exame básico, porém de grande relevância já comprovada no Brasil pelos estudos do Ministério da Saúde, uma vez que auxilia na redução da taxa de mortalidade da mulher.

Algumas características da mamografia são bem conhecidas, como é o caso dos protocolos de exposição padronizados, do tamanho da matriz (que excede o tamanho do monitor) e da necessidade de reprocessamento da imagem. Essas características demandam um cuidado especial no gerenciamento e na interpretação da mamografia dentro de um sistema digital de informação. Assim, as Workstations, dentro do PACS, devem estar aptas a respeitar o fluxo de trabalho presente no exame. Nesse caso, uma boa ferramenta de trabalho para mamografia deve permitir ao médico: rápido acesso aos exames anteriores de maneira inteligente, uma vez que os exames de mamografia têm um alto custo de transmissão; customização nos hanging protocols (formato de visualização), permitindo a colocação das exposições complementares de forma fácil para análise e comparação; entre outras ferramentas básicas como lupa, elementos de anotação e layout de impressão.

Outra característica ainda pouco explorada pela maioria das estações de trabalho refere-se ao uso da capacidade de visualização em relação à profundidade de bits que o monitor apresenta. Alguns poucos modelos de monitores médicos já possibilitam o trabalho em 10 bits (1024 tonalidades de cinza) e até mesmo em 12 bits (4096 tonalidades de cinza), o que proporciona melhor visualização da imagem de mamografia. Dessa maneira, os tons de cinza são apresentados na tela ao mesmo tempo, permitindo a análise de pequenas estruturas, sem a perda de informações – fato comum em estações que apresentam somente 8 bits (256 tonalidades de cinza) ao usuário final. Em relação ao hardware, essa evolução deve vir acompanhada pelo software a ser utilizado, para que todo investimento, tanto na digitalização quanto na interpretação do exame, seja realmente aproveitado.

 

*Iomani Engelmann é diretor comercial da Pixeon

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