O Laboratório nacional Cristália concedeu aos governos Federal e Estadual a patente da sílica nanoestruturada ? novo adjuvante vacinal que permite que vacinas antes administradas apenas de forma injetável possam, a partir de agora, serem administradas em gotas. O anúncio foi realizado durante homenagem do Cristália ao professor Osvaldo Sant?Anna, do Laboratório de Imunoquímica do Instituto Butantan, realizada na noite desta terça-feira, no Centro de São Paulo, com as presenças do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

De acordo com o laboratório, a novidade representa uma revolução no campo da imunização em massa. ?Essa descoberta vai permitir que crianças sejam vacinadas contra doenças graves de uma forma muito mais barata e com menos riscos de contaminação, mas com a mesma eficácia?, afirma , em nota, Ogari Pacheco, presidente do Laboratório Cristália, acrescentando que a ideia é ceder gratuitamente a patente da nova descoberta a outros países, também.

Durante estudos pré-clínicos, a sílica nanoestruturada apresentou resultados promissores, realizados, inicialmente, com a vacina da hepatite B. Administrada oralmente, a vacina com o novo adjuvante teve a mesma eficácia que o modo convencional. A pesquisa já recebeu o Prêmio Prof. Eric Roger Wroclawski, na categoria Pesquisa Clínica, concedido anualmente pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Em breve, serão desenvolvidos os estudos em humanos.

Atualmente, apenas a vacina Sabin, contra paralisia infantil, é administrada oralmente. Na maioria dos casos, a vacinação é feita por via parental (intradérmica e intramuscular), já que o ambiente do estômago destrói as partículas de proteínas responsáveis pelo estímulo imunológico.