Sensação de que você ou tudo está rodando ao redor, impressão de flutuação, afundamento, queda, instabilidade, mareio, enjoo, distúrbios auditivos como zumbido, perda auditiva, intolerância a sons intensos e/ou desorientação espacial podem ser experimentados em pacientes com Labirintite, caso esse que levou o ex-presidente Lula a ficar internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, neste último final de semana.
As labirintites podem ser incapacitantes, piorar muito a qualidade de vida dos pacientes e comprometer a realização de atividades profissionais, escolares, sociais, domésticas e de lazer. “A limitação que a tontura e a perturbação do equilíbrio corporal acarretam podem isolar e deprimir o paciente com Labirintite”, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Dr. Fernando Ganança.
Existem várias causas para as Labirintites, como traumatismos mecânicos, pressóricos ou acústicos da orelha interna (labirinto); inflamações ou infecções; medicamentos, drogas ilícitas e bebida alcoólica em quantidade exagerada; tumores, alterações vasculares, distúrbios metabólicos e doenças degenerativas, entre outras.
A principal manifestação clinica das Labirintites é a tontura, definida como uma ilusão de movimento, e o problema é mais comum do que se imagina. De acordo com o instituto americano National Institutes of Health, quatro em cada 10 americanos experimentarão um episódio de tontura em algum momento de suas vidas a ponto de forçá-los a procurar por um médico. Em estudo recente na população da cidade de São Paulo, encontrou-se uma prevalência de 42% do sintoma de tontura.
Dr. Fernando Ganança alerta que é preciso investigar qual é a causa da Labirintite. “Quando a causa é conhecida, o sucesso terapêutico é muito maior. Existem diversos exames que podem ser realizados, mas a indicação está na dependência da hipótese diagnóstica que é aventada com a história clínica e o exame físico minucioso de cada paciente”, revela.
O tratamento pode ser medicamentoso, com exercícios de reabilitação do equilíbrio corporal ou até mesmo procedimentos cirúrgicos, realizados na minoria dos casos. A escolha da opção terapêutica depende da causa da Labirintite, se ela é crônica ou se apresenta em crises, e dos antecedentes pessoais de cada paciente, como possíveis contraindicações, interações medicamentosas, entre outras.
Os resultados obtidos com o tratamento adequado atingem a cura e/ou o controle da doença em mais de 95% dos casos. “São cerca de 300 quadros clínicos que cursam com tontura e, por isso mesmo, ao apresentar alguns dos sintomas como vertigem, desorientação e enjoos, deve-se procurar imediatamente um atendimento médico”, finaliza o presidente da ABORL-CCF.