A crise financeira mundial vivida nos últimos meses de 2008 ainda não atingiu o segmento dos hospitais privados. “O setor de Saúde passa por uma fase de ajuste, mas os muitos hospitais particulares tiveram um desempenho acima da média com investimentos em pesquisa, expansão física e treinamento de pessoas”, informa Henrique Salvador, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP).

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Segundo o executivo, a estimativa de faturamento dos 37 hospitais da Associação, distribuídos em 11 estados, alcançou R$ 6,3 bilhões em 2007 e rendeu 45,2 mil empregos diretos. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) dos associados no ano passado foi 15,7%.

“Os associados da ANAHP investem em qualidade dos serviços oferecidos e na produtividade de seus processos de gestão, consolidando a imagem da associação como um grupo de hospitais de excelência”, declara Salvador.

O executivo confirma que em 2008 os investimentos nos hospitais cresceram, apesar do número de leitos não ter tido aumento significativo. No entanto, de 2009 a 2010, a quantidade de leitos aumentará bem como o número de novas incorporações tecnológicas, em função dos investimentos feitos pelas instituições em 2008.

“E apesar da recessão – como muitos apregoam por aí – que estamos vivendo nos últimos meses do ano, os hospitais privados, em 2009, terão mais oportunidades de competir no mercado, com melhoria de serviços, custo-benefício e gerenciamento das instituições”, diz o executivo, ponderando que é também verdade que se a alta do dólar continuar, muitas empresas deverão restringir o benefícios aos seus funcionários, o que será ruim para os hospitais públicos.

HOSPITAIS: Deixar de realizar projetos é um erro, diz Vecina

O ano de 2008 foi bom para a economia do País e para o Hospital Sírio Libanês. “Convenhamos que não há crise e a alta do dólar ainda não gerou mudanças palpáveis”, declara o superintendente-executivo do Hospital Sírio Libanês, Gonzalo Vecina.

A alta do dólar influencia a aquisição de equipamentos, na maioria importados. “A incorporação da tecnologia é que impacta o setor de Saúde, mas isso sempre existiu”, comenta Vecina.

“Somos um setor de sustentação de atividade. O segmento de serviços é fundamental para economia, mas estão disseminando pessimismo para contaminar o mercado e isso é bem compreendido diante da quantidade de dinheiro que os bancos ganharam nos últimos anos e o volume que estão deixando de ganhar agora”, argumenta. “A crise de subprime nada mais é que uma direção perigosa. Na minha visão, é má gestão do capital dos outros”, afirma Vecina.

Para o executivo, essa é uma “crise” de dois ou três anos, como se comenta. “Mas, dependendo do tempo de duração, a instituição tem uma proposta de enfrentamento, que para o hospital significa uma redução da demanda”, diz.

Por isso, segundo Vecina, o Sírio Libanês está avaliando a crise. “Não vamos deixar de realizar nada. Isso seria um erro estratégico. Temos uma conduta de expectativa. Por isso damos um passo após o outro”.

O ruim da história é o desemprego. “No final do 1º semestre de 2009, devemos nos deparar com o início da falta de emprego, fato que deverá impactar tanto os hospitais privados quantos os públicos. A falta de ocupação diminui a demanda por hospitais privados e aumenta a fila nos hospitais públicos”, comenta.

Em 2008, o Sírio Libanês se saiu muito bem. “Fizemos uma UTI nova – UTI do Futuro, com 40 leitos individuais, projetada para incorporar os avanços tecnológicos pelos próximos 15 anos – e várias ações na responsabilidade social. Começamos um investimento de R$ 500 milhões para a construção de uma nova torre, cujo projeto executivo deverá ser aprovado em maio ou junho, de 2009”, diz Vecina

O Hospital Sírio Libanês deve fechar 2008, dentro do esperado. No ano passado, a instituição registrou crescimento de 16% em relação a 2006 no que diz respeito à receita bruta e 23% em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). “Em 2009, devemos crescer menos, mas continuaremos crescendo”, finaliza o executivo.