O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados recentes da Pesquisa Nacional de Saúde, com entrevistas realizadas em 2019. O inquérito mostrou que, de cada 4 brasileiros, 3 dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) para o seu cuidado.

A pesquisa entrevistou milhares de brasileiros em diversos estados e regiões do país. Os dados da segunda edição mostraram que 71,5% dos brasileiros — o que representa mais de 150 milhões de pessoas — não possuem planos médico-hospitalares, odontológicos ou qualquer outro serviço de saúde suplementar.

Em relação aos dados gerais, o que também chama atenção diz respeito  ao número de domicílios cadastrados em Unidades de Saúde da Família. Houve um aumento de  6,7 pontos percentuais comparado com 2013. 

Durante o período de análises e coleta de dados, a pesquisa também revelou que os brasileiros preferem procurar serviços de saúde nas unidades básicas. Em seguida, a preferência é pelas  clínicas privadas e pelos consultórios médicos.

As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), os centros de especialidades, as policlínicas públicas ou os ambulatórios de hospitais públicos e o pronto atendimento  de hospitais privados são os menos procurados.

Desigualdades regionais

Apesar da alta procura pelo SUS, a Pesquisa Nacional de Saúde mostrou que existe uma certa desigualdade regional. Enquanto as Regiões Sul e Sudeste possuem cobertura acima da média nacional, o Norte e o Nordeste apresentam proporções muito menores em relação à saúde suplementar.

Quando falamos em estados, os dados são ainda mais desiguais. São Paulo e Distrito Federal apresentam as maiores coberturas, enquanto Maranhão e Roraima, respectivamente, têm apenas 5,0% e 7,4% de sua população atendida por planos de saúde.

Em relação à renda, somente 2,2% daqueles que recebem menos de 1/4 de salário mínimo possuem plano de saúde. Essa parcela sobe ainda mais entre as pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos mensais.

Procura pelos hospitais do SUS

Em 2019, cerca de 8,5 milhões de pessoas estiveram presentes durante 24 horas ou mais em hospitais do SUS; em porcentagem isso representa 64,9% de todas as internações no Brasil. Na Região Norte (77,8%)  e no Nordeste (76,2%),  foi constatado que houve maior número de internações, enquanto o Sudeste apresentou uma taxa com menos de 60%.

Entre os principais motivos pela procura dos brasileiros pelos serviços de saúde do SUS, estão: doenças ou tratamentos (48,2%) e cuidados de rotina (25,1%).

Passados dois anos desde o início da pandemia da Covid-19, com a disponibilização das vacinas e com a redução do número de mortes e de internações e infectados pelo vírus, a pressão sobre a rede pública tem aumentado ainda mais.  Isso mostra o quanto o Serviço Único de Saúde é importante para a população brasileira.