Como é comum às instituições filantrópicas, a Santa Casa de Maceió também sofre com as baixas remunerações do SUS, que responde por 63% de seus atendimentos e apenas 33% de suas receitas.
Porém, com 37% do atendimento destinado às operadoras de planos de saúde e uma gestão descentralizada, o hospital conseguiu subsidiar o déficit de R$ 10 milhões deixado pelo SUS, que cobre apenas 65% dos custos do hospital com os pacientes da área pública, e ainda fechar 2008 com R$ 6 milhões em caixa.
Para o provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, o segredo está na integração entre as áreas e na autonomia dada às lideranças. “O sistema de gerenciamento conta com a ajuda da diretoria médica, administração e mesa administrativa. Se antes tínhamos apenas dois executivos como responsáveis pelas decisões estratégicas, hoje contamos com oito gerentes, além do corpo de coordenadores e supervisores, que estão cientes do planejamento para o hospital e agregam seu conhecimento à gestão.”
Com gestão profissionalizada e recursos disponíveis para novos investimentos, o hospital planeja a expansão e o aprimoramento das políticas de qualidade. O primeiro passo será a busca pela acreditação. “Já temos tudo encaminhado e receberemos a visita da ONA ainda em dezembro, visando ao nível 1 da acreditação”, conta o provedor.
A preparação para a conquista do selo de qualidade mobiliza o hospital há mais de dois anos e, na opinião de Melo, já tem impacto no atendimento. “O envolvimento e engajamento do corpo médico e funcional é maior e reflete nas pesquisas realizadas pela ouvidoria junto aos pacientes, que relatam a melhora do atendimento.”
O investimento na acreditação é uma aposta no reconhecimento futuro das fontes pagadoras. “O investimento na busca da qualidade é altamente válido e acredito que este esforço vai ser reconhecido pelas operadoras e pelo sistema público”, pondera.
Expansão
Cumprindo seu planejamento estratégico e decidida a manter os investimentos apesar da crise financeira do último ano, em 2009, a Santa Casa de Maceió inaugurou uma unidade exclusiva para o atendimento materno-infantil às pacientes do SUS. “Adquirimos um hospital privado e, em contrato com o gestor municipal, abrimos, em junho, o hospital Nossa Senhora da Guia, que conta com 74 leitos comuns e oito de cuidados intermediários.” O hospital também mantém uma unidade ambulatorial e de diagnósticos com atendimento exclusivo ao SUS.
Para 2010, o plano é investir R$ 35 milhões em um novo centro médico e na ampliação da capacidade do hospital, que ganhará 60 novos apartamentos, e, como o hospital é um Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), investir no segmento, com a aquisição de equipamentos para a especialidade, mas também pleitear mais recursos nas três esferas de governo. “Alagoas é um dos Estados que menos investe em câncer e, mesmo assim, nosso centro oncológico cresceu três vezes nos últimos seis anos. E ainda há espaço para ampliar.”
Os planos de crescimento são muitos, mas o hospital não perde o foco em seu público-alvo. “Em Alagoas, 92% da população depende do SUS. Queremos crescer sim, sustentados pelo atendimento aos planos de saúde, mas sem perder o foco na população mais carente.”
Ações sociais
Como Cacon, a principal ação de voluntariado da Santa Casa está ligada à oncologia. A Rede Feminina de Combate ao Câncer conta com 168 voluntárias e mantém a casa de apoio Lenita Quintela Vilela, que abrigou 263 pacientes em 2008. A Rede também foi responsável pela distribuição de 193 próteses mamárias e 502 cestas básicas, além de ter organizado 11 eventos de esclarecimento sobre o câncer. “As voluntárias realizam um grande trabalho de apoio e esclarecimento e nos ajudam a dinamizar o atendimento na parte oncológica”, finaliza Melo.
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