O setor privado responde por 54% dos gastos relacionados ao setor de Saúde no Brasil, e o crescimento da saúde suplementar vem sendo impulsionado, sobretudo, pelo crescimento do mercado formal de trabalho. Essas foram as conclusões defendidas pelo presidente da FenaSaúde e da Bradesco Saúde, Marcio Coriolano, durante a 6ª Conseguro, conferência realizada pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) em São Paulo. Segundo o executivo, apesar de o País investir o equivalente a 3% do PIB no setor, percentual superior ao de Canadá e Espanha, o gasto per capita e o nível de eficiência são baixos. Para ele, o setor enfrenta três grandes desafios. O primeiro é a transição epidemiológica, ou seja, à medida que a atenção à saúde avança, altera-se o mix de doenças, com o aumento da incidência doenças crônicas, mais custosas e que demandam mais tempo de internação. O segundo desafio é a transição demográfica e etária, que transforma a pirâmide populacional, com o aumento do número de idosos, que vivem por mais tempo e demandam mais cuidados, enquanto o número de jovens cai. O terceiro é a transição tecnológica, também responsável pelo aumento de custos e por uma inflação médica maior que a medida pelo IPCA. Coriolano defende uma discussão maior em torno do tema, e que no Brasil só se discute o reajuste de preços, mas não se sabe o que a ?sociedade quer?. O executivo levantou a possibilidade de comercialização de planos ?só para doenças cardíacas ou neurológicas, por exemplo?. Outra forma de adequação de custos apontada por Coriolano é remunerar médicos e prestadores de serviço não somente pela quantidade de atendimentos e procedimentos, mas também pela qualidade e efetividade dos serviços, modelo em discussão nos Estados Unidos. * com informações da CNseg