Nos tempos modernos, em que a grande necessidade nas empresas é a busca de uma gestão integrada entre os diversos departamentos, é essencial entender o negócio da Saúde como um setor onde é fundamental o compartilhamento de informações e dados entre os diversos personagens do atendimento. A saúde, assim, deve ser entendida como uma grande estrutura organizacional, composta por hospital (prestador), operadora de saúde, secretarias de saúde, SUS, ANS e demais entidades regulamentadoras ou fiscalizadoras.
Entender o processo de prestação de serviços na área da Saúde dessa forma permite, pois, a criação de padrões para envio de dados com informações dos casos, o que é indispensável para fins de gestão estratégica, já que hospitais e operadoras são partes de um todo e geram estes dados. É necessário, no entanto, transformar estes dados em ações, formando um caminho de mão dupla. A nova forma de integração dos negócios torna imprescindível a troca de informações entre os diversos setores responsáveis pelo atendimento de Saúde.
Assim, operadoras de saúde e prestadores de serviços em saúde hoje apresentam interesses comuns e devem andar em parceria. A idéia de fornecer um plano de saúde com um pré-requisito embutido de fazer a simples conta de que “mais receita” e “menos uso” significa lucro é uma meta errada. Talvez devêssemos direcionar o “uso”, mas de maneira preventiva, da mesma forma que uma empresa à frente na gestão de pessoas utiliza a medicina preventiva continuada para manutenção dos seus recursos (exames periódicos, vacinas, entre outros), por considerar as pessoas o verdadeiro patrimônio e quem, na verdade, detém o conhecimento. Estas ações preventivas têm o objetivo de garantir o retorno e funcionalidades desejados de cada profissional, e obviamente retorno financeiro.
A relação cliente-fornecedor entre hospital e operadora de plano de saúde, portanto, tem via dupla, onde ambos têm momentos de fornecedor, ora momentos de cliente. Entendendo bem este cenário, a parceria pode ser explorada para a melhor prestação do serviço, garantia financeira e respectiva satisfação do cliente final, que é o cidadão.
Devemos prestar atenção ao que existe presente e muitas vezes passa despercebido. Antes tínhamos sistemas isolados. Hoje, a tendência é a integração de dados, já que a nova definição de atendimento na Saúde define um “todo” composto por diversos “setores”, mesmo que cada setor tenha seu modelo de negócio adaptado a sua condição geográfica, realidade e público. Falamos aqui de gestão de negócio! E este modelo tem, por premissa, a informação. Insiste-se em implantar processos, mas não existe a preocupação de mudar a visão técnica da atividade isolada no determinado setor implantado para a visão de negócio que a instituição se propõe.
Nem mesmo o PMBOK (Project Management Body of Knowledge – conjunto de práticas em gerência de projetos do Project Management Institute ) se posiciona como metodologia.
Comparar crescimentos do PIB em culturas com realidades diferentes da nossa e trazer como comparativos para nossas decisões pode não representar a meta desejada. A começar pela necessidade da existência dos planos de saúde, característica de nossa sociedade e com realidades culturais bastantes distintas, pois conforme o plano e o perfil do negócio criado, o público é totalmente diverso, segmentado e com valores, cultura, nível de conhecimento e expectativas bem variadas. E, baseadas no público e no meio em que se vive, serão criadas as estratégias para fornecer serviços diferenciados com excelência na prestação dos mesmos.
 
*Mauro Carneiro é gerente de projetos de TI do Hospital São Joaquim, da Unimed Franca
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