Esta semana, profissionais se reúnem em São Paulo para debater os rumos da saúde suplementar, na 4ª Semana Regulatória promovida pela operadora SulAmérica. O diretor de Normas e Habilitação de Produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Alfredo Cardoso, abriu o encontro desta terça-feira (21). Assista a nosso webcast com mais informações sobre o encontro.
 
Alfredo falou sobre a verticalização neste setor, que ocorre quando há a união entre empresas de uma mesma cadeia produtiva. Segundo ele, ainda não se observa prejuízo à concorrência decorrente desse processo. A ANS vê essa concentração de forma positiva, a partir do momento em que há uma melhora no nível dos serviços prestados, por uma menor quantidade de operadoras que são, no entanto, mais qualificadas.
Ao mesmo tempo, o diretor menciona as medidas adotadas pela ANS para estimular a competição nos planos privados de saúde. “A agência tem tentado aumentar a quantidade de informação disponível para o consumidor, para diminuir assimetrias, facilitando a escolha,” diz.
Outras estratégias citadas por ele são o estabelecimento da portabilidade de carências, por parte do usuário, a vedação à unimilitância – exclusividade na prestação de serviços exigida por algumas operadoras de saúde e odontológicas – e a melhora na eficiência da análise econômico-financeira do setor.
Também presente no encontro, o conselheiro da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), Fábio Sinisgalli, a verticalização é preocupante apenas a partir do momento em que há uma redução da qualidade dos serviços prestados, decorrente da diminuição na competição.
“A concorrência adiciona valor ao paciente”, explica.
Segundo ele, a Anahp planeja ações para impedir que a verticalização leve ao controle absoluto do mercado, como a divulgação dos resultados das operadoras, para conferir mais transparência ao sistema de saúde suplementar.
Movimento inverso
São Paulo e Rio de Janeiro têm os mercados mais competitivos do Brasil, com o total de beneficiários do sistema de saúde suplementar dividido por um número maior de operadoras. Nesse caso, conforme explica Alfredo Cardoso, a tendência é que a verticalização, resultante de aquisições e fusões entre operadoras, concentre cada vez mais os beneficiários em um número menor de empresas.
Outros estados, como Acre e Amazonas, já possuem um nível de concentração extremamente alto ou até mesmo de monopólio. Porém, o motivo é outro. Segundo Fábio Sinisgalli, isso ocorre porque menos operadoras atuam nesses mercados onde há baixa densidade demográfica. A perspectiva é que, com o tempo, ocorra um movimento inverso ao dos grandes centros, com mais empresas entrando nesses locais, diminuindo essa concentração.
Você tem Twitter? Então, siga https://twitter.com/ e fique por dentro das principais notícias do setor.