As operadoras de saúde estão sentindo os efeitos da crise econômica no Brasil. Este cenário recessivo que engloba fatores como a perda do poder econômico da população e o desemprego, causa uma significativa diminuição na quantidade de beneficiários das operadoras de saúde. Por outro lado, agravando a situação, os custos assistenciais têm aumentado em índices superiores ao da inflação, com isso há a preocupação dos gestores com uma melhor gestão dos insumos hospitalares, exigindo modelos que impactem de maneira efetiva no custo, no acesso e na gestão da demanda aos serviços hospitalares1.
As Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPMEs) possuem grande importância econômica nas contas hospitalares, pois além de serem responsáveis por elevados custos de aquisição, podem apresentar perdas se não houver a devida gestão do fornecimento e eventual retorno dos materiais não utilizados2. O custo de OPME pode chegar a 10% do sinistro total das operadoras e, segundo estudo feito pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), realizado em uma operadora no estado de São Paulo, mostra que as OPMEs representam 38,6% do custo assistencial3.
Com esta relevância financeira faz imperativo a implantação de sistemas que permitam o controle total do processo de liberação de internações eletivas que utilizem OPME.
Para a sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro, o investimento em tecnologia apresenta benefícios que extrapolam os ganhos individuais dos hospitais e operadoras, sendo elemento essencial de uma estratégia nacional para a saúde, fornecendo condições para um novo patamar de Governança Corporativa e maior integração entre os sistemas de saúde público e privado4.
Para garantir a efetivação das solicitações tempestivamente em relação as necessidades dos beneficiários e as regras estabelecidas pela ANS, assim como permitir o controle da utilização e prover as informações para os gestores e para os órgãos reguladores da saúde, faz-se necessário um sistema informatizado de gestão de processos (workflow).
A melhoria dos processos para a autorização de internações e uso de OPME pressupõe a disponibilização das informações necessárias para o analista dar início do processo; a eliminação ou redução de atividades complexas e a otimização dos procedimentos possibilitando a melhor gestão de processos, eliminando tarefas que antes eram executadas por diferentes pessoas ou grupos e assegurar que as sequências do fluxo de trabalho padrão sejam aplicadas automaticamente, garantindo total controle desde a compra, fornecimento, utilização e eventual retorno.
Referências:
- Gomes, Cherchiglia, Machado, dos Santos, de Assis Acurcio & Andrade, 2014.
- Nardino, Dalcul, & Gil, 2011.
- Silva, Amanda Reis Almeida, 2014, Série IESS – 0049-2014 – A importância de Materiais e Medicamentos nos gastos médicos: dados de uma operadora no período de 2007 a 2012.
- ANAHP, 2015.