Apesar de poucos casos terem sido reportados fora da África, o Ebola é um problema de saúde pública no mundo ocidental e tem preocupado o sistema de saúde de diversos países. Nos EUA, Na Europa e, inclusive, no Brasil, suspeitas e casos confirmados têm preocupado a população e, inclusive, gerado preconceito contra africanos imigrantes ou turistas.

“Eu acho que a questão não é mais ‘se’ e sim ‘quando’.”, disse um cirurgião da Imperial College no TechCrunch Disrupt, evento que aconteceu em Londres, na Inglaterra. “Nós definitivamente veremos pessoas com Ebola vindo para uma cidade como Londres. E quando nossa cidade era um mercado de peixe e não de ideias, nós tínhamos dezenas de hospitais especializados em doenças infecciosas. Agora nosso pão e manteiga nos trazem doenças como diabetes. Nós somos muito bons em tratar condições crônicas. Mas como nosso sistema de saúde vai lidar com uma epidemia em potencial? Bom, talvez não uma epidemia, mas nos próximos meses metade de nós teremos resfriados e febres como parte das alterações sazonais. Como vamos lidar com isso? Todo mundo vai pensar ‘Isso é Ebola?’ e eu acho que a tecnologia tem um papel fundamental nessa situação.”

Ele sugeriu que a tecnologia móvel é uma coisa boa para uma doença contagiosa. Para ele, usando telemedicina, pacientes com Ebola podem ser acompanhados e monitorados sem ir para o hospital. “Nós devíamos estar gerindo estas pessoas de casa, idealmente com consultas online. O uso de informação objetivo e apoio vai ser chave para superarmos o que pode ser um grande desafio para o nosso sistema de saúde.”

No Brasil, a temporada de resfriados e febres já passou, mas isso, nem de longe, tira nossa preocupação sobre como nosso sistema de saúde pode gerir um caso diagnóstico ou de contaminação por Ebola ocorrido aqui no país.

Este tipo de tecnologia já está sendo usado para monitorar pessoas que tiveram contato com o caso de Ebola ocorrido em Dallas, no Texas, e o trabalho está sendo diário, com dezenas de pessoas sendo acompanhadas por enfermeiros, que podem os encaminhar para uma consulta com um médico caso haja algum sintoma suspeito.

No evento do Techcrunch, o Diretor Nacional para Pacientes e Informação do NHS, sistema de saúde inglês, Tim Kelsey, compartilhou como o Reino Unido usará tecnologia para combater o Ebola, incluindo monitoramento remoto, big data e genômica.

“Em uma perspectiva digital, eu acredito que há três elementos que vemos como importantes neste caso de epidemia e em outros possíveis também. O primeiro é simplesmente a análise de sinais vitais no hospital em que o paciente será internado. Nós não queremos que os profissionais sejam infectados ao terem contato com o paciente, então a tecnologia vem para este monitoramento e a gestão de medicamentos destes pacientes. A segundo coisa é que nós estamos usando big data para começar um mapa de prevalência da doença para podermos prever onde são os portos que precisam de mais atenção, que tipos de pessoas e em que situações a doença pode ocorrer. Por último, o sistema de saúde britânico está muito envolvido na agenda genômica, com sequenciamento genético, e isso pode nos permitir chegar, eventualmente, a uma cura para o Ebola ou outras doenças similares.”

No vídeo abaixo, é possível ver um smartphone em uso em caso de paciente com Ebola:

Dallas News | myFOXdfw.com

 Adaptado de MobiHealthNews