Tal rede tem Parceria com seis universidades públicas mineiras coordenadas pelo hospital das clínicas da UFMG para prover serviços de teleassistência no estado. O objetivo é dar suporte profissional a localidades remotas no estado e, basicamente, para a atenção primária. São realizadas atividades assistenciais (teleconsultorias e telediagnóstico), educacionais e desenvolvimento de estudos e pesquisas. Os financiadores são o governo de Minas Gerais, o Ministério da Saúde, a prefeitura de Belo Horizonte, o RNP, o CNPq, o Finep e a Fapemig.
Com cobertura de 671 municípios, a rede tem 832 pontos em municípios com menos de 10 mil habitantes e com níveis baixos de IDH. Contam com a cobertura, 137 centros de saúde, 1 de atenção secundária e 4 UPAs. Dentre os serviços clínicos oferecidos, estão as teleconsultorias, os diagnósticos (ECG, mapa e Holter) e qualidade clínica. Já nos serviços técnicos, estão a implantação do sistema, sua manutenção e o suporte técnico.
As teleconsultorias estão disponíveis para todos os profissionais de atenção primária. A consulta é feita por internet, recebida pelo plantão regulador e as questões mais específicas são transmitidas para os especialistas. Nos serviços de qualidade clínica, há sistema de auditoria de laudos de ecg, auditoria de teleconsultorias (seleção de consultorias aleatórias para análise), normas dos serviços clínicos, protocolos, contato com usuários para dúvidas e reclamações, análise dos dados clínicos e pesquisas acadêmicas.
Quanto à procura do serviço por especialidades médicas e outras profissões da saúde as porcentagens se encontram a seguir: Medicina de família, 38%; dermatologia 19%, Ginecologia e Obstetrícias, 13%; Enfermagem, 13%, pediatria, 8%, odontologia, fisioterapia, psicologia e farmácia, 4%
É possível, também, mensurar quais temas estão sendo mais procurados, como pode ser visto entre os profissionais de Fonoaudiologia, exemplo dado pelo Professor: Foram 364 teleconsultorias em fono: 47% em linguagem, 37% em voz, 37% em motricidade oral, 28% em audição, 9% Não se aplica, 5% em disfagia e 4% em saúde coletiva.
As teleconsultorias evitaram o encaminhamento em 80% dos casos. Em 77% dos casos, o plantonista respondeu completamente a dúvida do solicitante e 92% dos usuários acreditaram que o sistema era satisfatório. Foram calculados US$ 38,4 milhões de economia, já que o sistema evita a transferência do paciente para cidades com hospitais de maior porte. O investimento foi de US$ 9 milhões e custo/benefício de US$4,3.
Os benefícios são: redução dos encaminhamentos, melhoria da resolutibilidade na atenção primária, melhoria do acesso a serviços especializados, redução de custo para o sistema de saúde local, melhoria do vínculo da Estratégia de Saúde da Família com o paciente, educação permanente, suporte aos profissionais de saúde, encaminhamentos mais qualificados.
É importante lembrar que a responsabilidade da consulta permanece no profissional local. A conduta a ser tomada deve ser definida por ele. Se ele discordar da posição oferecida, não há ônus ou prejuízo.