O artigo “Gerenciamento de Doenças – passado, presente e futuro”, de Jaan Ee. Sidorov, foi publicado no Jornal Brasileiro de Economia em Saúde e conta um pouco sobre o gerenciamento de doenças. Este modelo surgiu na década de 1990 e os indícios apontam que estes programas, em versões bem executadas, reduzem custos e aumentam a qualidade dos cuidados em saúde.
Um antigo exemplo foi o da Terapia de Reposição de Nicotina (TRN) para controle do tabagismo. Nos casos em que a TRN foi associada a aconselhamento dos pacientes, o aumento das taxas de sucesso foi maior do que em terapias de reposição isoladas. Tal modelo já foi replicado para gerenciamento de crônicos terapias para diabetes, asma e insuficiência cardíaca, por exemplo.
Ele é um “sistema formado por informações e intervenção em saúde dirigida a populações portadoras de condições clínicas nas quais os esforços de auto-cuidado dos pacientes sejam relevantes.” (Sidorov, 2012).
Para que a função seja cumprida, notou-se que as ações deveriam apoiar o médico com um plano de cuidados com ênfase na prevenção e seis componentes principais foram identificados como necessários: definir a população; estabelecer diretrizes com práticas baseadas em evidências; criação de modelos de trabalho cooperativo; oferecer educação para auto-cuidados dirigida ao paciente; mensurar processos e desfechos e; avaliar a rotina e retroalimentar.
Nos Estados Unidos, muitas empresas de GD surgiram e passaram a oferecer os seus serviços, no âmbito de gerenciamento de crônicos, na forma de enfermeiros fazendo ligações para pacientes, dando aconselhamento e informações educacionais. Por isso, o modelo sofreu uma crise e voltou reformado, com uma ideia um pouco mais simples, em que o aconselhamento foi substituído por um encorajamento.
A nova definição surgiu em 2005 e aponta que GD é qualquer sistema baseado em atendimento remoto que utiliza um conjunto coordenado de intervenções baseadas em evidências, para gerenciar um grupo de usuários com riscos atuariais associados a uma condição ou doença crônica.
Apesar de muitos problemas na versão atual, a GD tem provado que pode reduzir custos em saúde e, segundo o autor do artigo, algumas diretrizes podem ser usadas neste tipo de estratégia, como: a combinação de contatos telefônicos e ações presenciais; combinação de flexibilidade e consistência; demonstrar economia não significa eficácia dos programas. Já mostramos em outro artigo a dificuldade da definição de custos de uma doença. Estes programas sofrem com este problema, na medida que as previsões e os cálculos são com variáveis hipotetizadas.
O que você acha deste modelo? Poderíamos aplicá-lo de alguma outra maneira ou com o uso de outros recursos? Podemos melhorar o gerenciamento de crônicos?