A área da saúde sempre foi beneficiada por novas tecnologias laboratoriais e de diagnóstico, mas, estranhamente, um dos últimos lugares onde os computadores pessoais chegaram foi na mesa de médicos. Essa realidade, no entanto, está mudando tanto porque existe tecnologia para tal, quanto pela facilidade de treinamento dos profissionais. O Hospital Samaritano, por exemplo, foi o primeiro entre os particulares a adotar o prontuário eletrônico, conta com exames de imagem digitalizados, está prestes a ter uma farmácia ?robotizada?, começou testes com tablets e dará fim ao papel com a certificação digital. Para o gerente médico do Hospital Samaritano de São Paulo, Enéas Faleiros, o fato dos softwares e mesmo hardwares serem cada vez mais amigáveis é fundamental para a informatização do hospital, porque em sendo saúde o foco do negócio, a tecnologia não pode sobrepor-se a ela, deve ser um apoio. Estar próximo das novas tecnologias, introduzindo o que há de melhor no mercado, mas sem se precipitar, é o lema de Faleiros. ?O desafio é não ser fisgado pela tecnologia apenas pela novidade em si. Precisamos buscar algo que agregue valor e é necessário um grande esforço de seleção e entendimento do tempo de amadurecimento. Claro que não podemos parar, mas queremos sempre buscar tecnologias mais amigáveis e fáceis de serem utilizadas, para exigir cada vez menos esforço de aprendizado?, explica.

Foi assim que a instituição optou por implantar o prontuário eletrônico. Segundo ele, sua adoção melhorou a legibilidade ? adeus letra de médico -, o atendimento (em agilidade e por permitir o armazenamento de um histórico completo dos pacientes com acesso rápido), ampliou a disponibilidade das informações, aumentou a segurança e reduziu custos. Além disso, aponta Faleiros, a introdução de 900 computadores no hospital proporcionou maior satisfação aos funcionários. ?Para os profissionais foi importante por incorporá-los a uma lógica mais dinâmica já presente na vida pessoal. Além disso, reduziu esforços desnecessários de deslocamento dos profissionais.?

Como o Samaritano também integrou o sistema de exames de imagens digitais ao prontuário eletrônico, desapareceram os filmes de raio-x e também aquela figura transitando com grandes envelopes. Ao fim do tratamento, o paciente pode levar para casa um CD com todas as informações e exames.

Mas isso não é o bastante, o Samaritano, para acabar de vez com o papel, adquiriu certificados digitais para acabar com o papel. Atenta às novas tendências, a área de TI do Samaritano inicia agora um estudo de caso do uso de tablets no atendimento a pacientes internados. O hospital já possuía experiência com palms e laptops. ?Estamos esperando para ver qual delas será amplamente adotada.?

Decidido a direcionar os recursos humanos do hospital ao atendimento aos pacientes, um dos mais recentes projetos do Samaritano, no entanto, é um ?armário eletrônico?. Quando a farmácia recebe informação pelo mesmo sistema do prontuário eletrônico, o ?armário? separa o medicamente prescrito de forma que as enfermeiras precisam apenas preparar e entregar. ?Diminui a necessidade de gente circulando, diminuímos a propensão ao erro humano e relegamos os recursos humanos para o que realmente importa.?