Os pequenos e médios laboratórios do Brasil vem se unindo para enfrentar o aumento da concorrência nos últimos anos representada pelo avanço das redes DASA e Fleury por diversas partes do Brasil. Como a maior parte dos laboratórios no Brasil possui menos de 10 unidades, a união com outros laboratórios para compra de materiais e/ou  realização de exames  em conjunto é uma alternativa viável, que já se materializou em quatro diferentes grupos pelo Brasil: o paulista LCA, o catarinense Reação, o baiano Lab Forte e o mineiro Lab Rede. Se sozinhos os players menores não conseguem concorrer com os Golias do mercado, certamente unidos se fortalecem e se tornam mais aptos para os novos desafios do Mercado de Saúde. Afinal, o setor de medicina diagnóstica no Brasil é extremamente fragmentado, o que levou o Fundo Pátria a voltar investir em saúde com a Axil, após seu grande sucesso com o investimento no DASA.

Atenciosamente,

Fernando Cembranelli

Equipe EmpreenderSaúde

Pequenos laboratórios se unem para cortar custos

Beth Koike | De São Paulo

09/06/2011

Diante da concorrência de grupos consolidadores como Dasa e Fleury, os pequenos laboratórios de análises clínicas estão formando grupos para realizar compras e exames de maior complexidade em conjunto. Normalmente, a demanda por exames mais sofisticados é menor, mas ao mesmo tempo exige equipamentos caros, o que dificulta a diluição dos custos. Já há pelo menos quatro desses grupos em atividades em diferentes regiões do país: o catarinense Reação, o mineiro Lab Rede, o paulista LCA e o baiano LabForte. Juntos eles realizam mais de 2 milhões de exames por mês e reúnem mais de 520 unidades laboratoriais.”A palavra de ordem dentro do Reação é reserva de mercado. Não conseguimos impedir a entrada dos ‘players’ em Santa Catarina, mas é uma forma de pelo menos competir com eles”, disse Rafael Marin, diretor comercial do Grupo Reação, que reúne 227 laboratórios de Santa Catarina e fatura R$ 12 milhões por ano.Segundo Marin, os laboratórios associados conseguem reduzir os custos em cerca de 35% em relação ao valor cobrado, por exemplo, pelo Hermes Pardini, laboratório mineiro que tem forte atuação na terceirização de exames para outros laboratórios.O Grupo Reação, cujo faturamento anual é de R$ 12 milhões, já estuda inclusive oferecer exames de baixa complexidade caso a concorrência fique muito acirrada. “Hoje, apenas negociamos compras de materiais em conjunto”, explicou Marin. Exames de baixa complexidade são, por exemplo, colesterol, glicose, urina, cujos reagentes e equipamentos são mais baratos. Já os exames para detecção de doenças infecciosas são considerados mais complexos

“A formação de um grupo também é uma forma de não rentabilizar o concorrente”, explicou Luísa Célia Dallacqua, gerente técnica do LCA. O grupo paulista realiza mensalmente 400 mil exames de maior complexidade para 11 importantes laboratórios do país que terceirizam seus exames exclusivamente com o LCA. “Só em casos de exames de altíssima complexidade é que procuramos laboratórios no exterior ou o Fleury, por exemplo”, complementou Luísa. Os demais grupos também realizam exames de alta complexidade com os ‘players’ de mercado.

Já o mineiro LabRede tem um modelo misto de negócio. Os seus 250 associados fazem cerca de 400 mil exames na LabRede e uma outra parcela menor no Dasa, Fleury e Hermes Pardini. “A maior parte dos laboratórios pequenos terceiriza seus exames. Dos nossos 250 associados, apenas 30% fazem metade dos exames no próprio laboratório. Os outros 220 não fazem nem 5% da demanda. Por isso, a importância de um grupo”, disse José Marques Castro, diretor executivo da LabRede.

Criada em 2006, a LabForte, da Bahia, está hoje mais focado na compra de materiais e equipamentos médicos. São realizados por mês R$ 2,2 milhões em negócios para seus 39 sócios. Mas, o grupo já tem planos de expandir e realizar exames em escala. Hoje, são feitos 250 mil exames. “Temos um Núcleo Técnico Operacional em Feira de Santana, mas não dá para atender a Bahia toda. Vamos abrir mais três ou quatro unidades até o fim de 2012″, disse Antonio Portas, vice-presidente da LabForte. “Sozinho fica difícil competir com Dasa e Fleury”, complementou Eduardo Borges, presidente do grupo baiano.

“Há uma tendência cada vez maior de formação desses clusters porque os laboratórios concorrem com os ‘players’ e negociam preços com as operadoras de planos de saúde, que também são grandes”, disse Gustavo Campana, sócio da Formato Clínico, consultoria especializada em laboratórios

Fonte: Valor Econômico

Foto1: Projeto de Laboratório Marinho de Pesquisa,Noruega (Conheça este projeto)

Foto 2: Rafael Marin, diretor comercial do Grupo Reação de Santa Catarina