Aplicativos médicos e de saúde estão mudando o cenário da saúde. Enquanto dispositivos médicos com software embutidos têm existido por mais de duas décadas, a chegada dos smartphones com touch screen, tecnologias de Bluetooth inteligentes e conexão à internet trouxe um tsunami de aplicativos designados para cada necessidade, desde monitorar a temperatura corporal, até medir os batimentos cardíacos. Os aplicativos médicos e de saúde de hoje estão se tornando mais inteligentes, multi funcionais e fáceis de usar.

No passado, empresas de saúde e ciência da vida se concentraram em manufaturar equipamentos médicos e dispositivos para hospitais e médicos. Agora, eles estão migrando para aplicativos médicos e de saúde cada vez mais. A maioria desses programas tem como objetivo o uso direto por pacientes e consumidores, ao invés de profissionais do setor. Isso trouxe uma mudança de paradigma na percepção das pessoas da saúde, fazendo com que os cuidados sejam mais acessíveis aos usuários.

Por causa da facilidade de criação e da grande distribuição, aplicativos médicos e de saúde não são mais uma novidade. Qualquer grupo de pessoas com conhecimento suficiente de doenças, condições médicas e desenvolvimento de software pode criar um aplicativo e distribuí-lo pela internet. O usuário pode pedir dispositivos médicos online por vendedores, fazer o download do software em seus smartphones e usá-lo para monitorar sua própria saúde.

Hoje, existem cerca de 43.700 aplicativos médicos e de saúde somente na Apple Store. No entanto, nem todos os programas são genuinamente para o cuidado com a saúde. Somente cerca de 54% dos aplicativos médicos e de saúde são realmente utilitários para o cuidado com a saúde, de acordo com um relatório de coautoria de Murray Aiken, diretor executivo do IMS Institute of Healthcare Informatics.

O mesmo relatório estima que 69% dos aplicativos médicos e de saúde são direcionados para consumidores e pacientes, enquanto 31% deles têm como alvo o uso clínico. A maioria dos aplicativos para consumidores tem design simples, e fazem um pouco mais do que prover informação. Somente 159 deles têm a habilidade de rastrear ou capturar dados inseridos pelos usuários, e menos de 50 deles possuem calculadoras ou ferramentas para que os pacientes meçam seus sinais vitais.

Falando da revolução de aplicativos médicos e de saúde, há três ondas: amadurecer aplicativos para ajudar os prestadores de cuidados, evoluir aplicativos para suporte ao paciente e emergir aplicativos para a monitoração de cuidado. Enquanto a primeira onda se relaciona a aplicativos mais informais, a segunda é passiva a ativa e a terceira funciona em tempo real. As ferramentas HCP lideram o caminho com 11% de quotas do mercado, seguida de perto por referências médicas, saúde animal, encontros médicos, vida saudável, diabetes e aplicativos corporativos.

Tecnologias de telefonia móvel evoluíram para lidar com tarefas cada vez mais complexas. Enquanto a maioria dos aplicativos são desenvolvidos para tarefas simples, alguns dos mais sofisticados podem prover imagens em alta resolução, monitoração em tempo real e outras funções avançadas. Baseada na complexidade funcional, aplicativos destinados aos cuidados com a visão lideram o mercado, seguidos de sensores médicos e aplicativos especializados para pacientes com psoríase, condições cardiovasculares, apoio ao câncer, aplicativos para referências médicas, cuidados com bebês e outros.

Não é surpreendente que o mercado de aplicativos médicos e de saúde seja dominado pelos grande jogadores, já que eles têm recursos para criar os melhores aplicativos e músculo financeiro pra empurrar seus produtos no mercado. O mercado de aplicativos médicos e de saúde tem a grande liderança ocupada por empresas estabelecidas com marcas historicamente fortes. A Bayer lidera o mercado com 11,2% da quota, seguida de perto pela Merck, Novartis, Pfizer e Boehringer Ingelheim.

Em termos de plataformas (dispositivos), o iPhone, da Apple é o líder isolado, com 48,2% de parcela do mercado, seguido pelo iPad, Android, Blackberry e Windows Phone. Isso claramente mostra que o iOS da Apple é uma plataforma madura para dispositivos médicos, porém, o Android (que está em um segundo lugar distante) e Windows (que fica mais para trás) estão chegando. Falando de Blackberry, no entanto, o futuro não parece promissor, a não ser que a empresa fabricante de celulares possa recuperar sua influência perdida.

De acordo com pesquisa feita na empresa Manhatan Research, cerca de 95 milhões de americanos usaram seus celulares para ferramentas de saúde, ou para procurar informações relacionadas à saúde em 2013. Isso é um aumento de 27%, em comparação a 2012. Ao ritmo que o mercado de aplicativos médicos e de saúde está crescendo, estão sendo previstas movimentações no valor de 26 bilhões de dólares, somente nos Estados Unidos, em 2017. Então, o que está por trás do crescimento fenomenal do mercado dos dispositivos de saúde?

Do ponto de vista do paciente, é conveniência. Pacientes com condições crônicas, como diabetes e asma podem agora monitorar sua saúde no conforto de seus lares, diminuindo muito a necessidade de readmissão. Da perspectiva do profissional de saúde, é a habilidade de tomar decisões informadas mais rapidamente e a melhora de resultados. Mas talvez, o que as pessoas acham mais interessante sobre os aplicativos médicos e de saúde é a sua abordagem da saúde mais centrada no paciente, o que coloca alguns dos poderes médicos em suas próprias mãos.


Texto traduzido e adaptado de: HITConsultant 

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