Um ponto que tem contribuído para o aumento de custos é a aquisição de tecnologia. Para o pesquisador do departamento de Economia da Saúde da Unifesp, Denizar Vianna, acadêmicos e prestadores de serviços devem avaliar cuidadosamente a viabilidade técnica e econômica de novos produtos e serviços. “É preciso pensar na necessidade, para quem servirá e em que contexto. No contexto empresarial, é preciso assegurar que esta tecnologia seja usada pelo paciente certo e sem desperdício”.

Na opinião do diretor técnico da Amil, Antônio Jorge Kropf, a discussão sobre o desenvolvimento e compra de novas tecnologias deve envolver toda a sociedade. “As aquisições devem estar enquadradas numa política de governo e envolver sociedade, governo e prestadores de serviços. Não há responsabilidade isolada.”

Kropf acredita que é necessário manter um debate permanente sobre o tema e que o ambiente hoje é favorável para se evoluir neste contexto. “O uso de novas tecnologias deve ser racional: não negar o recurso quando é necessário, mas também não impedir que, por conta dos custos, a maioria das pessoas fique sem acesso aos recursos”, conclui.

* Os executivos participaram de um ciclo de debates ontem, promovido pela Amil, para o lançamento do livro “Repensando a Saúde”, de Michael E. Porter e Elizabeth Olmsted Teisberg.