Incrível! Passar 22 meses em Durham, na Carolina do Norte, foi uma experiência extremamente gratificante para um empreendedor de coração e agora de profissão, que teve a oportunidade de refletir e se tornar algo que sempre sonhou, um inovador em saúde.

Porém, ao contrário do que muitos pensam, o principal valor desta educação não é o conhecimento técnico adquirido ou a certeza frente à incerteza que é proporcionado. É justamente o contrário, é a calma frente a um mar de informações, é a perseverança frente às incertezas, é  compreensão de que vivemos num mundo global e que diferentes pontos de vista podem trazer respostas igualmente eficazes.

Ao me cobrar pela perfeição, um colega me deu um feedback importante, não importa fazer perfeito, o importante é ajudar o seu time a completar o objetivo. (Basta nos lembrarmos da frase de Sheryl Sandberg, COO Facebook: “Done is better than perfect” / “Feito é melhor que perfeito”)

Assim volto para o Brasil, com a certeza de ser um melhor trabalhador em equipe e com o desejo de poder contribuir diretamente para os times com os quais tiver envolvido, especialmente com o time EmpreenderSaúde.

Das atividades realizadas, destacaria as viagens para China e Índia, em que tive oportunidade de conhecer como são outros mercados emergentes do BRIC e compará-los com o Brasil.

Na China, pude entender literalmente o que significa “crescimento chinês”, ver cidades como Chongqing crescendo dois dígitos por ano e transformando o interior da China. Ao visitar uma fábrica da Ford, pude ver um simbolismo de eficiência, com trabalhadores que haviam saído do campo há não muito tempo atrás.

Contudo, em Shangai pude visitar um hospital público – com maior movimento do que o o Hospital das Clínicas em São Paulo – e vi muitos dos mesmos problemas que afligem o Brasil, que podem ser resolvidos caso a iniciativa privada passe a fazer de fato parte integral do sistema de saúde chinês.

Na Índia, tive o prazer de visitar o Hospital Narayana Hrudayala e  o hospital LVPEI e entender quais são os segredos das empresas de alto volume e baixo custo na área de saúde.

Não tem jeito, estas organizações tem um senso de missão e trabalham incessantemente para ajudar o próximo. Além disso, não enfrentam tanta concorrência como se parece, pois se especializam em procedimentos complexos, enquanto entidades privadas focam em procedimentos mais simples.

Sobre empreendedorismo, aprendi a importância de seguir seu coração, pois esta formação te dá a segurança necessária caso sua startup não dê certo. Mais do isso, li e ouvi tantas histórias de empreendedores, que passei a entender claramente o quão tênue é o limite entre o sucesso e o fracasso, sobre a importância de saber ser analítico e tomar decisões baseadas em fatores e números.

Por fim aprendi a ouvir mais e ser um melhor membro de equipe. Trabalhar bem em equipe foi o grande desafio que vim vencer no MBA, pois como médicos somos ensinados a resolver problemas individualmente e não coletivamente, e esta mudança de comportamento exigiu muita persistência e trabalho da minha parte.

Olhando para o futuro e refletindo sobre o passado, fico feliz em ter tido a oportunidade de ter feito o MBA em Duke e de estar tendo a oportunidade de voltar para o Empreender Saúde, que é uma empresa muito mais forte e impactante, do que quando a deixei no Brasil. Fruto do trabalho incansável de Vitor Asseituno, Raphael Gordilho, Nathália Nunes, Thiago Sato, Tymo Nakao, entre tantos outros, que fazem desta uma das maiores iniciativas de impacto no Brasil.

Vamos em frente ! Que venham novos desafios !