O investimento da GlaxoSmithKline de US$ 250 milhões na atualização da área de tecnologia das plantas de São Paulo e Rio de Janeiro tem objetivo certo: proteger o ser humano. Mas para isso é preciso mais do que apenas recursos financeiros, demanda parcerias como as firmadas entre a farmacêutica e o Bio-Manguinhos.
A primeira aliança estratégica com o instituto, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, aconteceu em 1985 e, desde 2009, tem sido trabalhada com foco em P&D para desenvolvimento da vacina para dengue, considerada importante para o Ministério da Saúde.
Entre outros exemplos de Parcerias para Desenvolvimento de Produtos (PDPs) da GSK está o trabalho conjunto realizado há 10 anos com a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro para projetos como o Phase e o Ação Positiva.
?Está no nosso DNA procurar por parcerias. Queremos proteger o ser humano e para isso é preciso sinergia com instituições que facilitariam o acesso a toda a população?, diz José Carlos Felner, VP & Head BioTech Business da GSK.
A escolha do parceiro
Ter estabilidades regulatória e jurídica e plataforma industrial e intelectual são fatores chaves na busca por parcerias, segundo o executivo. ?Não pode ser com uma instituição de qualquer país, com qualquer número de população. Hoje uma aliança estratégica tem que ser viável financeiramente?, avalia.
Entre outras dicas estão:
– Amplo portfólio de vacinas inovadoras
– Suprimento consistente
– Processos de P&D adaptados localmente
– Flexibilidade para atender às políticas de saúde pública
Desafios
Para Felner, as barreiras mais comuns em projetos de PDPs são:
– Culturais
– Regulatórios
– Processual
– Recursos
?São várias equipes trabalhando juntas em inglês, quando essa não é a língua nativa de nenhum deles, começa por aí. Temos várias agências regulatórias, como a Anvisa, envolvidas no processo e elas têm que ser conciliadas para que os projetos não sofram atrasos?, conta.
A forma como a GSK aloca recursos é diferente de empresas públicas como a Bio-Manguinhos, segundo Felner. Para ele, trabalhar 27 anos com o instituto tem sido privilégio e, ao mesmo tempo, desafiador. ?Os modelos de trabalho vão ganhando complexidade conforme nos aprimoramos. E tudo que aprendemos juntos serve para que possamos seguir adiante?, conclui.