Especialista na prestação de serviços médicos em cardiologia, hemodinâmica e intervenções cardiovasculares ? especialmente em cirurgias pouco invasivas ? por meio de um modelo de terceirização, o Grupo Angiocardio assumiu, há cerca de dois meses, a área de cardiologia de alto risco do Hospital Leforte, no Morumbi. Agora a instituição do Grupo Bandeirantes também oferece cateterismo e hemodinâmica, em uma tentativa de aumentar a oferta dessas especialidades nesta região da capital paulista.

?Deste lado [do rio Pinheiros] você não tem muita coisa. A região do Morumbi precisa de cardiologia?, explicou o cardiologista e diretor do Grupo Angiocardio, Hélio Castello, durante jantar oferecido pelo Leforte que reuniu médicos da especialidade.

?Queremos formar um grande grupo de cardiologia, e tornar o hospital uma extensão do consultório, para que o paciente não tenha quebra do tratamento que recebe?, ponderou Marcelo Cantarelli, também diretor do Angiocardio. Os especialistas são membros titulares da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SHBCI).

Segundo Castello, ?a ideia é criar um mecanismo de relacionamento, buscar trazer para o hospital o médico que está no consultório?. O modelo de terceirização adotado pelo Angiocardio alcança não só a assistência, mas também tenta aprimorar a gestão das instituições contratantes implementando qualidade com custo efetivo. Isso se dá, entre outros fatores, através da formatação de diretrizes e protocolos assistenciais, formação de novos médicos (Centro de Treinamento da SBHCI) e enfermeiros especialistas (Pós-Graduação de Enfermagem em Parceria com o Hospital Bandeirantes).

O contrato com o Leforte segue o modelo de prestação de serviços por tempo indeterminado e atrelado a resultados financeiros e assistenciais, relação considerada benéfica por Castello. ?Se fosse atrelado só a resultados financeiros o assistencial ficaria de lado, e vice versa.? No caso do Grupo Bandeirantes, o relacionamento já tem 21 anos.

Evolução

O modelo de atuação do Angiocardio sustenta a estratégia de crescimento do Grupo, ou seja, manter-se na especialidade de cardiologia intensivista e aprimorar a estrutura dos hospitais parceiros em cardiologia clínica. Presente em hospitais do estado de São Paulo e na capital do Amazonas, Manaus, o grupo assume até o fim do ano assume uma seção de intervenção cardiovascular no Hospital Samer, em Rezende (RJ).

Segundo Castello, a estrutura implantada na cidade do interior fluminense é semelhante a encontrada no Leforte e está quase pronta, com equipamentos só são encontrados na capital do Estado e em Barra Mansa. A região é considerada estratégica devido ao acelerado crescimento industrial e econômico.

O foco, mesmo nas regiões em que o Angiocardio já está presente, é investir em localidades com demanda não atendida. ?Em um lugar em que o vizinho faz a mesmo coisa não faz sentido chegar?, pondera Castello, citando a atuação do grupo na capital paulista, em regiões afastadas como a Zona Leste, e no interior do estado.

A atuação no Hospital Prontocord, em Manaus, o ponto fora da curva, começou como prestação de serviços de consultoria há cerca de 10 anos. O principal problema detectado era o excesso de improviso na gestão. A experiência bem sucedida, admite o cardiologista do grupo, serve como experiência para operações em outras regiões remotas, embora não haja planos imediatos.

De toda forma, a equipe do Angiocardio está crescendo: Castello prevê que os atuais 12 médicos intervencionistas cheguem a até 20 profissionais nos próximos meses.