O Hermes Pardini, grupos de laboratórios de medicina diagnóstica e preventiva de Belo Horizonte, anunciou esta semana a aquisição de participação societária do Diagnóstika, de São Paulo, como parte de um forte plano de expansão. Segundo o comprador, a transação permitirá a ampliação do grupo mineiro na realização de exames de patologia cirúrgica, citopatologia, imunohistoquímica e biologia molecular.
Embora não releve o valor da transação, Roberto Santoro, presidente executivo do Hermes Pardini, diz que a participação de 70% adquirida do laboratório paulista garante o controle, amplia o portfólio e ao mesmo tempo mantem a força da marca Diagnóstika em São Paulo. “A premissa é manter a cultura de inovação e de alto valor médico que a marca traduz, agregando mais capilaridade e capacidade de investimento”, diz o executivo.
O Diagnóstika é especialista em patologia cirúrgica, e tem faturamento previsto de R$ 27 milhões para 2013. Santoro diz que os serviços da empresa adquirida poderão ser prestados em outras regiões do País, por meio de apoio laboratorial e parcerias estratégicas.
O Diagnóstika possui equipe de mais de 150 profissionais, sendo 25 médicos patologistas, e expertise em 19 segmentos da patologia cirúrgica. O laboratório processa cerca de meio milhão de exames por ano.
Santoro explica que a estratégia de crescimento do Hermes Pardini se baseia por um lado no crescimento em serviços de diagnóstico por imagem na região metropolitana de Belo Horizonte, com ofertas baseadas na relação entre preço e portfólio, e por outro na aquisição de marcas de grande relevância em outras regiões do País. ?Não é uma estratégia regional, mas sim de marcas com cultura semelhante?, reitera.
Santoro confirma que novas aquisições estão em prospecção, mas não revela quais laboratórios ou empresas são alvos potenciais, ou para quando os negócios estão programados. ?Nenhum nos próximos meses?, diz.
O Hermes Pardini faturou em 2012 cerca de R$ 500 milhões e, já consideradas as aquisições do ano passado e de 2013, projeta para este ano ultrapassar os R$ 600 milhões. Ao todo, a empresa possui 47 unidades na região metropolitana de Belo Horizonte.
O plano de expansão do Hermes Pardini começou em 2012, com a aquisições na área de na genética molecular. Foram comprados 60% do laboratório Progenética, no Rio de Janeiro, e 100% do Laboratório Biocod, de Belo Horizonte. Os movimentos ampliaram o potencial do HP na realização de exames de alta complexidade e especificidade nas áreas de genética molecular e medicina personalizada.
Em 2013 ocorreu a compra de 70% da Digimagem, em São Paulo, que conta com três unidades na capital paulista – Belenzinho, Itaim Bibi e Tatuapé. Mais uma unidade será inaugurada em agosto, no bairro de Santana, Zona Norte da cidade. A ?mega unidade? terá 3.800 m² e irá incrementar o apoio local por meio de um novo NTO (Núcleo Técnico Operacional), construído para permitir apoio aos laboratórios paulistas conveniados ao Hermes Pardini.
Fecham a lista o Laboratório Padrão, em Goiânia (GO), comprado na semana passada, que possui 26 unidades de atendimento no estado. Com mais de 500 funcionários, o laboratório realiza cerca de 3,5 milhões de exames por ano nas modalidades de análises clínicas, anatomia patológica e imagem.
Medicina personalizada
Filadelfio Venco, sócio fundador do Diagnóstika, diz que a entrada do Hermes Pardini no controle da empresa reflete um momento de emersão da medicina personalizada, particularmente nos diagnósticos oncológicos. Indício disso seria o recente movimento de fusões e aquisições na indústria farmacêutica com o objetivo de aumentar o investimento em tecnologia para o combate ao câncer, inclusive em oncogenética. É um movimento que se repete na área de diagnóstico.
?Esta nova realidade no tratamento do câncer exige capacidade de investimento em equipamentos e insumos. Já estamos atuando nesta área, mas precisávamos de um passo a frente?, explica Venco. ?Agora [com a aquisição] temos um drive muito forte.?
Além da capacidade de investimento decorrente da entrada do Hermes Pardini, o executivo diz que o Diagnóstika ganha capacidade de logística e democratiza o diagnóstico para outras regiões do País. Outro ponto positivo é o aumento da capacidade de treinamento de mão de obra na área de patologia cirúrgica. ?Apesar do aumento da demanda, poucos profissionais de saúde vão para esta área?, pondera Venco, que pensa em transformar os atuais treinamentos no modelo de estágio em uma universidade corporativa.
Por último, Venco diz que o Hermes Pardini garante a perenização da marca Diagnóstika, que corria o risco de ser diluída em parcerias com outras instituições. ?Há um desejo do Hermes Pardini de ter uma marca forte em patologia clínica?, diz.
* atualizado às 17h10
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