Somente no ano passado, surgiram 42 mil novos casos de câncer de mama no Brasil, segundo estimativa do INCA – Instituto Nacional do Câncer. Ainda hoje, a tecnologia mais avançada para diagnosticar a doença é a mamografia. Mas o paciente deve ficar atento, pois existem vários equipamentos no mercado que podem estar defasados. Para garantir a excelência no diagnóstico e no atendimento, o CBR – Colégio Brasileiro de Radiologia promove o Programa de Qualidade em Mamografia, o qual avalia as condições dos mamógrafos e dos serviços médicos. “O Brasil possui hoje mais de 2,7 mil mamógrafos, uma média de um para cada 32 mil habitantes. Um dado alarmante é que mais de 60% não são submetidos a um controle de qualidade”, alerta o médico radiologista, Aldemir Humberto Soares, presidente do CBR.
Mamógrafos defasados significam imagens escuras e, conseqüentemente, dificuldade em visualizar possíveis lesões existentes, colocando a saúde e muitas vezes a vida da paciente em risco, além do desconforto causado pela necessidade da repetir o exame. “Em média, 96% dos casos de câncer de mama diagnosticados precocemente são curados e uma lesão detectada tardiamente pode tornar a doença incurável. Por outro lado, uma precipitação no diagnóstico pode levar a sérios prejuízos para a mulher, desde uma biópsia desnecessária até a mutilação da mama”, avalia Aldemir.
Uma comissão composta por radiologistas e físicos visita os serviços de mamografia para analisar as doses de radiação e a qualidade da imagem do equipamento. Após esta etapa, é feita uma entrevista com o médico radiologista. Até mesmo os profissionais que não são radiologistas também fazem um teste de capacitação.
Depois disso, é realizada uma vistoria no local, onde são verificadas as características dos equipamentos e dos materiais utilizados, assim como o funcionamento dos mamógrafos, a sistematização fotográfica – a qualidade das imagens -, e a área física do estabelecimento. Só então a instituição médica recebe o Certificado e o Selo de Qualidade que, além de ser afixado em cada sala de exame, também constará no laudo médico.
Mesmo com a renovação do quadro de mamógrafos no País, muitas instituições médicas se recusam a submeter os aparelhos à avaliação, que não é obrigatória. Um exame de mamografia custa, aproximadamente R$ 240,00. Muitas empresas utilizam matéria-prima mais barata, reduzindo o preço do exame para atrair a população. Daí o desinteresse pela certificação, que muitas vezes, envolve investimentos extras que atendam às exigências da qualificação.
“Hoje somente 340 serviços possuem selo de qualidade. Para alcançarmos nosso objetivo, que é implementar o programa na grande maioria dos serviços existentes no País, precisamos da ajuda da população. O paciente deve estar atento e cobrar o Selo de Qualidade”, completa.
Os hospitais e clínicas interessados em participar deverão se cadastrar para receber um questionário prévio e, posteriormente, receber a visita da comissão técnica para vistoria. Contatos podem ser feitos pelo telefone: (11) 3372-4542 ou por e-mail: [email protected].
Colégio Brasileiro de Radiologia
Fundado há 55 anos, é a entidade representativa do médico radiologista no Brasil. Trata-se de uma sociedade de natureza educativa e científica, sem fins lucrativos. Reúne cerca de 8 mil associados e possui regionais afiliadas em 21 Estados brasileiros.