Referência mundial em prevenção, ensino, pesquisa e tratamento do câncer, o A.C.Camargo Cancer Center apresenta um levantamento que mapeia a influência do tabagismo sobre a incidência e mortalidade por câncer de pulmão. A principal conclusão é a de que a medida mais eficaz contra a doença é manter o foco em ações antitabagistas e em apoio ao fumante que deseja deixar o vício. Os pesquisadores do Núcleo de Pulmão e Tórax e do setor de Bioestatística apontam que 80% dos 944 pacientes incluídos no levantamento – todos tratados de câncer de pulmão a partir de 2000 – são fumantes ou fumaram por muitos anos.
São números que reforçam o tabagismo como o principal fator de risco para câncer de pulmão, assunto que será o tema do Encontro com Especialistas sobre Câncer de Pulmão na próxima terça-feira, dia 20 de maio, às 17h30, no A.C.Camargo, em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco (a ser celebrado no dia 31 de maio). Com inscrições gratuitas pelo e-mail [email protected], o evento é aberto ao público e a participação para quem não comparecer pode ocorrer com o envio de perguntas pelos perfis oficiais no Facebook ou Twitter.
No levantamento trazido pelo A.C.Camargo, estão presentes outros alertas, dentre eles de que apenas 211 dos 944 casos (22,3%) foram descobertos em fase inicial. Por sua vez, 529 casos (56%) foram diagnosticados já com a presença de metástase. Enquanto que nos casos iniciais viu-se que 7 entre 10 pacientes estão vivos cinco anos após o tratamento, a proporção cai para abaixo de 1 entre 10 nos casos em que há presença de metástase. Entre todos os pacientes participantes do estudo, a sobrevida global em cinco anos é de 17%.
Ainda segundo o levantamento, 60% dos pacientes são homens e 84% de todos os participantes tiveram a doença diagnosticada após os 50 anos. A boa notícia é o fato de que hoje apenas 17% da população brasileira é fumante, média bastante inferior aos 35% registrados 30 anos atrás. “A queda do total de fumantes poderá refletir na queda de mortalidade em um futuro próximo”, destaca o cirurgião oncologista e diretor do Núcleo de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo, Jefferson Luiz Gross.
Mortalidade no Brasil e mundial – O câncer de pulmão, segundo o INCA, é o tipo que mais mata no Brasil, sendo responsável em 2011 (dado mais atualizado) por 22.424 mortes, sendo 13.698 de homens e 8.726 de mulheres. Em âmbito mundial, segundo o Globocan 2012, levantamento da IARC/Organização Mundial de Saúde, os tumores de pulmão são responsáveis pela maior mortalidade na população masculina por câncer no mundo, com mais de 1 milhão de óbitos por ano (30 mortes para cada 100 mil homens do planeta). fonte: globocan 2012 – http://globocan.iarc.fr/Pages/fact_sheets_population.aspx
Prevenção, rastreamento e a busca pela redução da mortalidade – Silencioso desde o início, o câncer de pulmão é resultado de mutações que levam ao desenvolvimento da doença a longo prazo e o principal fator para isso é o consumo de cigarro. “Se as pessoas deixassem de fumar hoje, diminuiríamos em 80% os casos de câncer de pulmão e 3 entre 10 casos de câncer de qualquer tipo também deixariam de existir. Vale ressaltar que, em qualquer idade, é válido deixar o cigarro”, destaca Gross.
O diretor de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo afirma também que dentre os agravantes para o diagnóstico tardio da doença está o fato de, quase sempre, o fumante associar os sintomas de tosse, pigarro e secreção ao ato de fumar. “A pessoa que fuma está acostumada a lidar com estes sintomas, que são crônicos e não se atentam ao surgimento do câncer. Além disso, quando um pulmão está afetado pelo tumor, o outro mantém o paciente vivo. Com isso o paciente vai tocando a vida mesmo com um pulmão já comprometido pela doença e isso atrasa ainda mais o diagnóstico”, observa.
Uma medida que poderia antecipar a descoberta da doença e, consequentemente, reduzir a mortalidade, segundo Gross, seria promover exames de rastreamento populacional. Há algumas evidências de que o rastreamento cumpriria esta missão com eficácia, sendo que dentre as mais significativas está o artigo – http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1102873 – publicado no The New England Journal of Medicine. Neste trabalho, realizado por 33 centros médicos dos Estados Unidos, foram incluídos 53 mil indivíduos com alto risco para câncer de pulmão. Eles foram submetidos ao screening (rastreamento populacional) por tomografia computadorizada (CT) e radiografia de tórax. Observou-se a redução de 20% da mortalidade por câncer entre os indivíduos submetidos à CT.
Encontro com Especialistas – Criado em 2011, o programa Encontro com Especialistas do A.C.Camargo Cancer Center é uma opção de interação de pacientes, familiares, cuidadores e público em geral com suas dúvidas relacionadas a tipos de câncer de alta incidência na população brasileira como mama, próstata, pulmão, laringe, boca, colo do útero, garganta e intestino. Em cada edição as perguntas do público são respondidas ao vivo em auditório e via redes sociais pelos especialistas de diversas áreas. O evento é aberto ao público e a participação para quem não consegue comparecer pode ocorrer com o envio de perguntas para qualquer um dos especialistas convidados pelos perfis oficiais no Facebook e Twitter.
SERVIÇO
Encontro com Especialistas do A.C.Camargo Cancer Center
Tema: Câncer de Pulmão
Data: terça-feira, 20 de maio de 2014.
Local: A.C.Camargo: Auditório José Ermírio de Moraes.
Endereço: Rua Professor Antônio Prudente, 211, Liberdade, São Paulo
Horário: 17h30.
Inscrições gratuitas: [email protected]
Participação por mídias sociais:
Facebook: www.facebook.com/accamargocancercenter
Twitter: www.twitter.com/haccamargo