O câncer é uma das principais causas de mortalidade entre crianças e adolescentes, na faixa de um a 18 anos no Brasil, e representa a primeira causa de morte por doença a partir dos cinco anos de idade. Essa é uma das constatações de estudo inédito lançado hoje (27), pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde.
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A pesquisa foi realizada em conjunto com a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) e com os Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), que atuam em 20 cidades nas cinco regiões brasileiras.
Segundo informou o coordenador de Prevenção e Vigilância do Inca, Cláudio Noronha, as leucemias são o tipo de câncer mais importante e aparecem em primeiro lugar em todas as faixas de idade, tanto entre meninos como entre meninas. As leucemias predominam entre as crianças mais jovens. Em segundo lugar, vêm os tumores de sistema nervoso central (SNC), que respondem pelas mortes acima de dez anos de idade. Os tumores do sistema linfático predominam na faixa de um a quatro anos e de 15 a 18 anos.
A mortalidade infanto-juvenil no Brasil por câncer está em torno de 40 mortes para cada um milhão de crianças ao ano, sendo 44 mortes por milhão entre meninos e 36 por milhão entre as meninas. Noronha informou que, nas últimas três décadas, houve redução na mortalidade em torno de 0,27% ao ano, sendo mais significativa nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Nas regiões Norte e Nordeste, foi observado aumento da mortalidade por câncer entre crianças e adolescentes, mas Noronha advertiu que as diferenças regionais tendem a diminuir. “Tem havido uma melhoria importante na qualidade dessas informações. A tendência é de homogeneidade em relação ao padrão de mortalidade no Brasil”, afirmou. Ele destacou também que apesar dessa doença evoluir mais rápido entre as crianças do que entre adultos, a resposta ao tratamento é grande e costuma ser mais rápida quando o câncer é diagnosticado precocemente.
No entanto, ainda não há elementos que possam esclarecer a razão de haver maior mortalidade e incidência de câncer entre crianças do sexo masculino. Os profissionais do Inca descartaram, ainda, que haja relação entre a doença e o meio ambiente, envolvendo fatores como fumo ou poluição.
O estudo do Inca está disponível no seguinte endereço, na internet: www.redecancer.org.br.
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