O câncer colorretal (CCR) – ou do intestino grosso e reto – é o segundo tipo de câncer mais frequente em homens e mulheres da região sudeste do Brasil (estimativa INCA 2012). A evolução do CCR dentro do organismo é lenta, e muitas vezes com sintomas que passam despercebidos pelos pacientes. O resultado são os diagnósticos tardios, com o câncer já em fase intermediária ou avançada. Apesar dos dados alarmantes, a possibilidade de cura ou ao menos do controle da doença é real.

Especialistas apontam constantes avanços nas técnicas de combate ao CCR, mesmo em estágios avançados. “Na última década, houve um ganho real no tempo médio de vida dos pacientes com câncer colorretal metastático de cerca de 10 meses para mais de 22 meses. Isso representa mais do que o dobro de tempo de vida com a doença controlada e remete em melhor qualidade de vida”, explica o Dr. Marcelo Rocha Cruz, oncologista Clínico do Centro Avançado de Oncologia do Hospital São José.

As novidades no tratamento de Câncer Colorretal mestastático é tema da participação da Merck no Simpósio Internacional de Tumores Gastrointestinais, que acontece nos dias 3 e 4 de maio, em São Paulo. A palestra será ministrada pelo Dr. Gilberto de Lima Lopes, Diretor Assistente para Investigação Clínica do Johns Hopkins Singapore International Medical Centre, em Cingapura, e Professor Assistente de Oncologia da Johns Hopkins University School of Medicine, em Baltimore, Maryland, EUA. A coordenação será do Dr. Marcelo Rocha Cruz.

De acordo com o Dr. Marcelo Rocha Cruz, novos medicamentos e o aperfeiçoamento no conhecimento sobre biologia molecular do CCR possibilitam aos pacientes considerados incuráveis a oportunidade real da reversão completa da doença. “Os avanços em drogas-alvo são imensos. Temos hoje já disponível no país terapias alvo como o cetuximabe, bevacizumabe, drogas que em conjunto com quimioterapias convencionais tem mostrado eficácia importante no tratamento do câncer colorretal metastático nos últimos cinco anos. Outra droga recentemente incorporada no país é o panitumumabe, e algumas que estarão disponíveis em breve, como o regorafenibe e aflibercept”, explica.

Tratamento

O tratamento parte de uma avaliação global e multidisciplinar do paciente. O “time” de especialistas, em conjunto, define a estratégia a ser seguida e inicia a seleção da terapia adequada para cada doente. A seleção envolve o melhor conhecimento da biologia do tumor – fator fundamental para a decisão do esquema de quimioterapia a ser utilizado – e avaliação clínica (idade, performance clínica e comorbidades devem ser consideradas) do paciente.

“Por meio de avaliação multidisciplinar, que envolve oncologistas clínicos, patologistas, radiologistas e cirurgiões oncológicos, conseguimos selecionar de forma mais precisa qual o tratamento adequado para cada paciente. Vários estudos científicos têm apresentado resultados promissores neste sentido”, finaliza o Dr. Marcelo.

Causas e diagnóstico

A causa do câncer de intestino pode ter diversos fatores, seja de origem genética – entre 10 e 25% dos casos – ou iniciada por meio de um pólipo (tipo de verruga na superfície do intestino), que corresponde à maioria dos casos.

Hábitos alimentares como consumo excessivo de carne vermelha e gorduras animais, alcoolismo, sedentarismo, tabagismo, obesidade e ausência de fibras na alimentação (verduras, frutas e leguminosas) são fatores de risco para o desenvolvimento da enfermidade.

Alterações no hábito intestinal, como afilamento das fezes, constipação ou diarreia – especialmente quando ocorre sem motivo e é alternada com constipação – além de sangramento nas fezes são indícios que podem sinalizar a presença da doença. O diagnóstico precoce por especialistas é feito pela realização de exames proctológicos completos, especialmente a colonoscopia.