O Comitê Nacional para Garantia de Qualidade planeja lançar um programa de reconhecimento de clínicas especializadas que irá encorajar especialistas que trabalharem mais próximos de médicos de cuidados primários e coordenarem tratamento.
Assim como o programa Centro de Tratamento Focado no Paciente, do Comitê, para médicos de cuidados primários, a utilização tecnologia da informação para saúde está se entrelaçando, completamente, com os critérios propostos para o reconhecimento especializado.
Com previsão para 2013, o programa de especialidade é projetado para oferecer suporte aos Centros de Tratamento Focados em Paciente (ou PCMH, na sigla em inglês), tornando mais fácil para os médicos de cuidados primários conseguirem o acompanhamento de um especialista pra seus pacientes e obtenham feedback desses especialistas. O termo Centro de Tratamento se refere a uma abordagem baseada em equipe, liderada por um médico de cuidados primários, que busca melhorar os resultados oferecendo tratamento compreensivo e contínuo ao paciente.
O Comitê vai reconhecer clínicas que: 1) coordenem tratamento; 2) ofereçam acesso rápido ao tratamento; 3) usem tecnologia da informação para reduzir exames duplicados; 4) melhorem a comunicação com o paciente; e 5) suportem aprimoramento com qualidade contínua.
Os padrões para o reconhecimento de especialidade propostos pelo Comitê estão alinhados com muitos dos requerimentos propostos no Meaningful Use Stage 2, do programa de incentivo ao prontuário eletrônico do paciente do governo federal (dos EUA).
Mas Patrícia Barrett, VP de desenvolvimento de produtos para o Comitê Nacional para Garantia de Qualidade, disse à InformationWeek Healthcare que, para alcançar os níveis mais baixos de reconhecimento, os especialistas não precisam ser ?usuários significativos? de PEPs. Isso será necessário apenas nos níveis mais altos de reconhecimento de clínica especializada, afirmou ela. Os padrões abrangem tudo até esse nível.
O uso de PEP e outras formas de IT em saúde em si, ela acrescentou, não prova que um especialista está melhorando a comunicação com outros médicos e pacientes. ?Mas essa tecnologia é, certamente, uma forma importante de permitir os tipos de coordenação e comunicação que achamos necessárias?.
Alguns dos padrões propostos são bastante precisos nessa área, por exemplo: as clínicas especializadas devem ser capazes de fornecer conselhos clínicos por meio de mensagens eletrônicas seguras; fornecer a mais de 50% dos pacientes o acesso online à suas informações médicas 24 horas antes de uma visita ou em três dias úteis a partir do dia que estão disponíveis para a clínica; e garantir que, ao menos 10% dos pacientes possam acessar e baixar suas informações médicas.
As clínicas também devem registrar, eletronicamente, informações demográficas, de seguro e clínicas do paciente. E devem manter algum tipo de registro (não necessariamente eletrônico) para acompanhamento do tratamento e para enviar lembretes de retorno aos pacientes.
O programa oferece consideravelmente mais latitude na área de referências. As clínicas especializadas devem ter ?um processo escrito para implantação e gerenciamento de referências com PCPs e outras clínicas?. Este processo deve incluir especificações para comunicação com médicos de cuidados básicos e pacientes, incluindo transmissões rápidas de relatórios e resultados de laboratório.
Os especialistas devem enviar um resumo do relatório de tratamento para outra clínica para, pelo menos, 50% das referências. Em contraste com os requerimentos do Meaningful Use, Barrett observou que esse resumo do tratamento pode ser tanto eletrônico quanto impresso. E o conteúdo do relatório pode variar de acordo com o tipo de referência.
?Estamos tentando estabelecer que seja necessário um acordo entrem os fornecedores de referências e o especialista sobre as informações trocadas. Então é preciso ter acompanhamento para determinar que as informações sejam trocadas.?
Alguns especialistas e médicos de cuidados primários de clínicas não relacionadas trocam dados por meio de trocas de informações de saúde. Quando perguntamos se isso seria evidência dos esforços de um especialista no tratamento coordenado, Barrett respondeu que sim. ?A troca de informações de saúde pode ser uma ótima ferramenta para que essa colaboração aconteça, por isso a informação deve estar disponível no armazenamento central de dados?.
Barrett reconhece que partes da proposta Meaningful Use Stage 2 podem mudar na lei final, que os Centros de Serviços Medicare e Medicaid (CMS) vão lançar nos próximos meses.
Além disso, o estágio 2 não vai entrar em vigor até 2014, enquanto o programa de padrões de especialistas, do Comitê, alinhados com o estágio 2, vão entrar em vigor no primeiro semestre de 2013.
Para isso, a lei final revisa os critérios do estágio 2, disse Barrett, e o Comitê Nacional para Garantia de Qualidade pode reconsiderar o intervalo de tempo para alguns padrões do programa de especialistas com base nesses requerimentos. Mas o Comitê não espera atrasar o lançamento de todo o programa, afirmou ela.