Enquanto programas americanos exibem transformações mirabolantes, com inúmeros procedimentos cirúrgicos realizados de uma só vez, no Brasil a prática felizmente é diferente. “Um cirurgião deve, acima de tudo, atuar de maneira segura”, destaca Dr. Fausto Bermeo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Um dos exemplos de limites estabelecidos em prol do bem estar do paciente diz respeito à lipoaspiração. “A retirada de gordura, em um mesmo procedimento, não deve ultrapassar de 5% a 7% do peso total do paciente”, explica o especialista, que comanda em Brasília a Interplástica FB. O exagero pode colocar a saúde em risco, uma vez que a aspiração envolve também a retirada de sangue. “Deve-se, ainda, manter um intervalo de 6 a 8 meses para uma lipoaspiração complementar”, afirma.

Para intervenções conjugadas, o médico assistente avalia com critério a condição pré operatória do paciente e, também, sua capacidade de cumprir com rigor as recomendações no pós cirúrgico. “Podemos, por exemplo, conciliar uma abdominoplastia e uma mamoplastia. Contudo, é necessário que a mulher tenha condições de realizar o repouso necessário para que o resultado alcance o esperado. Se sabemos, de antemão, que ela não poderá fazê-lo é melhor rever o plano cirúrgico”, ressalta.

Outro fator limitante é o psicológico. “Há casos nos quais o paciente almeja na uma resposta para outras necessidades, como auto-aceitação, melhoria da vida afetiva ou mesmo profissional. Há também raras situações nas quais o paciente busca continuamente novas cirurgias”, descreve Dr. Fausto. “Um cirurgião plástico deve ter um olhar amplo, avaliando o paciente em suas necessidades físicas, sem deixar de observar as questões emocionais que podem estar ligadas à demanda”, conclui.