Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP desenvolveram um novo exame capaz de diagnosticar com maior precisão o parasita Taenia solium, que desenvolve a ?neurocisticercose? – doença parasitária do sistema nervoso central. A equipe demonstrou pela primeira vez que o DNA do invasor está presente no líquor (líquido cefalorraquiano que envolve o cérebro). E desenvolveu um exame de detecção molecular da presença do parasita baseado na amplificação do DNA pelo método PCR (reação de polimerase em cadeia). Ao avaliar 30 pacientes com a neurocisticercose, o novo método exibiu uma sensibilidade de 96,7% na detecção do parasita. Deu positivo para 29 deles. A moléstia se caracteriza pela instalação no cérebro de uma larva adquirida pela ingestão de alimentos contaminados com ovos da Taenia solium – que podem se alojar em suínos. Identificado como um grande problema de saúde pública, a doença é encontrada em amplas regiões da América Latina, da Ásia e da África, produzindo males neuropsiquiátricos e matando entre 15% e 25% de suas vítimas. No Brasil é endêmica em várias regiões e atinge em média 140 mil pessoas.
A equipe foi liderada pelo especialista em genética molecular Emmanuel Dias Neto, do Laboratório de Neurociências da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e contou com a parceria do Departamento de Neurologia da FMUSP, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto. O projeto foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Associação Beneficente Alzira Denise Hertzog Silva (Abadhs).
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