Previsto para ser inaugurado em outubro de 2011, o hospital Marcelino Champagnat, localizado em Curitiba (PR), será a quinta unidade da rede Aliança Saúde. Para construir e equipar a instituição foram gastos cerca de R$ 50 milhões, sendo R$ 10 milhões desse valor destinados para a compra de equipamentos hospitalares.

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A construção do hospital veio para sanar um grande déficit no orçamento do grupo, que possui cerca de 80% de suas atividades voltadas ao Sistema Único de Saúde. Segundo o diretor geral do hospital, Cláudio Lubascher, para cada R$ 1 gasto em assistência a instituição é remunerada em, no máximo, R$ 0,65, o que provoca uma defasagem em torno de 85%. “Se formos fazer um levantamento da inflação acumulada nos últimos 15 anos, ela chega a 560%, enquanto as tabelas do SUS foram reajustadas em apenas 55% neste mesmo período, portanto não há milagre que se faça para conter esse déficit”, completa Lubascher.

Tendo em vista este cenário e sabendo que não se pode esperar uma solução para o modelo de remuneração o grupo decidiu criar uma nova unidade voltada exclusivamente para a saúde suplementar.

Outro ponto analisado pelo grupo foi a falta de um hospital de referência na região. “O Paraná perde muitos pacientes para São Paulo e inclusive para hospitais no Rio Grande do Sul, como o Moinhos de Vento e o Mãe de Deus”, acrescenta Lubascher.

Segundo o executivo, diante da necessidade da região por um hospital de referência e após uma análise de mercado que mostrou uma grande demanda, a Aliança Saúde formatou todo o conceito e projeto do hospital. “Falo em conceito, porque, para ser um hospital de referência ele é necessário e para isso elaboramos uma metodologia de trabalho para atingir esta meta”.

A metodologia de trabalho utilizada pelo grupo foi a Estrutura Analítica de Projetos (EAP), que é uma metodologia utilizada no gerenciamento de projetos que os decompõem em partes menores, reduzindo o risco de que alguns pontos sejam omitidos ou esquecidos, facilitando o monitoramento de todas as etapas do projeto.

Para alcançar o conceito de referência, o Marcelino Champagnat contratou o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), parceiro da Joint Comission International (JCI) no Brasil, para fazer uma avaliação de toda a estrutura física e processos do hospital visando a certtificação. “Até a inauguração do hospital já teremos todos os processos mapeados e definidos, tendo como base os conceitos da Joint Comission. O hospital pretende conseguir o selo em 2012”, afirma Lubascher.

Além da CBA,  a instituição conta com o auxílio de 15 médicos consultores, que, segundo o diretor, é essencial, uma vez que o profissional médico está diretamente envolvido nos processos do hospital. Ao todo são 13 grupos de trabalho que atuam no desenvolvimento de processos e protocolos do hospital.

Segundo Lubascher, o Marcelino Champagnat será um hospital geral com ênfase em média e alta complexidade focado em ortopedia, neurologia, cirurgia geral e cardiologia. No entanto, a unidade não atenderá as especialidades de pediatria e ginecologia.

Uma das inovações trazidas pela nova unidade é o conceito de pré-indução anestésica, que consiste em anestesiar o paciente fora do centro cirúrgico permitindo mais agilidade dentro da sala de operação.

Além disso, a unidade irá explorar alguns conceitos de mercado como, por exemplo, o atendimento pré e pós hospitalar com pacientes geriátricos. Para isso, o hospital está estruturando um sistema de atendimento domiciliar, sem substituir o homecare. Ele levará o atendimento médico para o paciente em sua casa, mantendo todo o monitoramento dentro de uma condição de maior conforto, e a estrutura de apoio para fazer o acompanhamento do paciente in loco. “Estamos desenvolvendo uma gestão muito mais proativa.

Um hospital não pode mais ser apenas receptivo, nosso conceito é que o hospital vá até seus clientes criando um vínculo para entender suas necessidades e criar projetos e produtos que venham atender às expectativas do mercado”.

Com o foco em saúde suplementar, o hospital está estudando quais os perfis dos planos de saúde que o atraem. “Como o investimento realizado é muito alto, vamos verificar quais são empresas que entendem nossa proposta”, completa o executivo.

Segundo o diretor do hospital, o processo de credenciamento do hospital obedecerá aos padroões estabelecidos pela JCI e toda contratação e gestão de pessoal estará baseada em uma matriz de competência para cada uma das especialidades. Isso permite que o hospital tenha uma visão mais clara sobre o perfil do profissional que atua na instituição, viabilizando o desenvolvimento, treinamento e capacitação adequada para cada tipo de colaborador.

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