O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Edson de Oliveira Andrade, entregou ontem um dossiê de denúncias formuladas por usuários de planos de saúde ao presidente da CPI dos Planos de Saúde da Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PT-RS), durante audiência pública.
Segundo o presidente do CFM, as denúncias são as mais variadas, desde o aumento exagerado no valor das mensalidades, passando por exames negados, o uso contínuo de material hospitalar descartável e o descredenciamento de médicos sem qualquer aviso aos pacientes. De acordo com Andrade, esses problemas são apenas a superfície de um relacionamento difícil entre os médicos, as operadoras dos planos de saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A classe médica reclama que a ANS se preocupa apenas com a viabilidade econômica do sistema, e que não existem garantias para os médicos e os pacientes nessa relação. De acordo com o presidente do CFM, cerca de 30 milhões de pessoas são usuárias de planos de saúde no país.
“Existem cerca de 700 operadoras de planos de saúde registradas e uma quantidade infinita de planos clandestinos e a ANS responde que todas estão funcionando em caráter provisório”, afirmou Andrade.
Andrade salientou que a classe médica não está em campanha contra as atividades das operadoras dos planos de saúde, “mas é um tipo de atividade econômica que não pode se sobrepor às garantias sociais”.
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