Consolidar-se como uma empresa de serviços para as áreas de saúde e gráfica e deixar para trás a imagem de fabricante de equipamentos com foco em filmes, que reinou durante décadas, é a diretriz que norteia as estratégias da belga Agfa. Com o declínio gradativo das impressões de filmes no mundo, incluindo os médico-hospitalares, a companhia tem investido em plataformas digitais nas três áreas da vertical de Saúde: Imagem, Tecnologia da Informação e Informação Clínica; cujo faturamento registrado em 2012 foi de 1,2 bilhão de euros.?A transição para o mundo digital exige softwares mais complexos e pessoas qualificadas para implementá-los, gerenciá-los e desenvolver atualizações. Para isso, é preciso criar uma cultura de serviços?, explica o CEO mundial da Agfa,
Christian Reinaudo, que esteve no Brasil na última semana de junho para reforçar a proximidade da empresa com os clientes locais e alavancar as vendas do grupo, que estão 29 milhões de euros abaixo quando comparadas ao primeiro trimestre do ano passado, somando 705 milhões de euros.
De olho principalmente nos países emergentes, o executivo ressalta que a missão da Agfa Healthcare é possibilitar a conexão dos dados dos pacientes com os diversos departamentos hospitalares, inclusive com outras instituições, formando um compartilhamento em rede. A divisão Saúde representa, hoje, 39% dos negócios da companhia belga, sendo que 42% correspondem ao mercado europeu, 9% latinoamericano, 25% asiático e 24% fazem parte do Nafta, bloco econômico formado por Estados Unidos, Canadá e México.Brasil e China são as maiores apostas, ambos responsáveis por praticamente metade do market share de suas respectivas regiões. ?Sabemos que o PIB desses países está crescendo cerca de 3% ou mais, e que a média de crescimento do setor é ainda maior, e a TI, inserida na Saúde, também é promissora?, enfatiza.
Radiologia
Levar soluções de TI para agilizar o departamento de radiologia de clínicas e hospitais faz parte da estratégia da empresa no Brasil e o ?know how? da WPD, adquirida no final do ano passado, é que vai suportar o desenvolvimento da Agfa neste nicho de mercado.Prevista para ser introduzida no mercado brasileiro ainda este ano, a nova plataforma de DR (Direct Radiography) é a grande aposta da Agfa, inclusive global.  A tecnologia prevê que os profissionais recebam instantaneamente as imagens em plataforma digital.
?O Brasil tem a metade do potencial da China para a Agfa por enquanto, mas a Saúde brasileira é mais avançada em termos da penetração de TI, digitalização de imagens e a língua e o comportamento das pessoas não são tão diferentes?, diz Reinaudo, ressaltando as potencialidades locais.