Esta semana fui consultar um novo profissional de saúde para exames de rotina que não conseguia fazer desde o ano passado. No Brasil, as pandemias nos colocaram em uma situação em que a maioria absoluta dos compromissos presenciais tiveram que ser adiados, dando lugar às já incorporadas “reuniões virtuais”.

Para minha surpresa, minha médica não apenas fez sua consulta em uma sessão 100% online, mas também usou o Zoom para fazer o serviço acontecer. Pelo fato de eu e ela estarmos baseados em diferentes estados do país, fossem outros tempos, provavelmente este serviço não teria acontecido.

A realidade é que a telessaúde nunca foi tão popular como agora. Diversos fatores nos permitem que agora pacientes e médicos se reúnam em consultas virtuais com a mesma eficiência das “antigas” consultas, garantindo segurança, precisão e rapidez. De sessões de terapia a rotinas fonoaudiologia, a tecnologia encurtou desafios de tempo e distância.

Essa transição ainda é tímida no Brasil, mas já é possível fazer pré-consultas, diagnósticos e triagens em cabines de teleatendimento em várias capitais da Europa e dos Estados Unidos. Os exames cardíacos, glicêmicos, cardiorrespiratórios e até pré-natais são realizados de forma individualizada, com sigilo e segurança, por meio da transmissão de imagens, áudio e dados via videoconferência.

Médicos de diferentes localidades, com as mais diversas especialidades, podem ter seus atendimentos confirmados em qualquer centro de saúde do mundo, inclusive em cirurgias que utilizam braços robóticos ou microcâmeras para diagnósticos remotos e assistidos. E qualquer que seja a necessidade do paciente, seus dados são salvos e transportados pela rede com os recursos de criptografia mais avançados disponíveis.

No Brasil, as consultas online ganham espaço a cada dia. Como consequência, estamos formando profissionais de saúde que já entram no mercado com um perfil de trabalho absolutamente híbrido. As instituições de ensino locais já traduzem essa nova realidade por meio de aulas online muito eficazes em seus cursos de graduação.

Dos estudos técnicos aos diplomas de pós-graduação, todo o conteúdo didático já chega aos estudantes por meio do aprendizado virtual com as mesmas práticas de laboratório, diagnóstico ou simulação de rotinas de equipamentos cirúrgicos. Essa realidade de adaptação no ensino cria um profissional cada vez mais versátil e habituado às práticas à distância, permitindo que as consultas virtuais sejam cada vez mais comuns e precisas.

É da natureza do brasileiro se adaptar e aprender lições importantes, mesmo nas situações mais adversas. O Brasil, que é conhecido por sua paixão por tecnologias emergentes (aplicativos de mensagens, redes sociais, assistentes de navegação de tráfego, etc.), é hoje uma das maiores promessas em educação à distância e na telemedicina. Nossa extensa geografia, criatividade natural e positividade nos permitem mesmo em momentos como este transformar um cenário caótico em uma lição bonita e promissora.

Sobre o autor

Nicolas Robinson Andrade é Diretor de Relações Governamentais do Zoom no Brasil para a região da América Latina