Diversificar para crescer. Esse é o objetivo da Boehringer Ingelheim em apostar em negócios industriais. Com sua planta instalada em Itapecerica da Serra (SP), a farmacêutica quer ampliar sua atuação em terceirização de produção de medicamentos e de instalação de empresas em seu parque industrial. “Nosso objetivo é aproveitar a nossa expertise em produção de medicamentos e nossos recursos para gerar negócios para a companhia e alcançar um modelo sustentável de crescimento”, assinala o diretor de Operações da Boehringer, Marco Pacileo.
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A atuação da empresa em negócios industriais teve início em 2005, e a fábrica brasileira está entre as oito plantas do grupo a fornecer esse tipo de serviço. Hoje, o braço do ICB (Industrial Customer Business) representa 800 milhões de euros no faturamento global da companhia, que foi de 12 bilhões de euros em 2008.
No Brasil, os negócios industriais são a aposta da empresa para acelerar o crescimento dos resultados. De 2006 a 2008, a produção de medicamentos para terceiros saltou de 300 mil unidades para 7 milhões. Percentualmente, a participação ainda é pequena, correspondendo por 8% da produção local, mas a perspectiva é que até 2010, haja um incremento de 30% no volume de medicamentos produzidos por meio de terceirização. “Em termos de infraestrutura nossa fábrica tem capacidade para produzir 120 milhões de unidades/ ano, mas nada impede que façamos novos investimentos para atender os clientes. A terceirização é um negócio importante para nós”, salienta o executivo. A expectativa é que no máximo em dois anos a produção ultrapasse a marca de 100 milhões de unidades.
A filial brasileira conta, atualmente, com oito contratos de terceirização de produção, sendo um deles no conceito de condomínio, em que a empresa contratante instala sua unidade de produção no parque industrial da farmacêutica e utiliza os recursos disponíveis. Com estes contratos, a empresa prevê o resultado de US$ 6 milhões com negócios de ICB para este ano, ante os quase US$ 2 milhões alcançados em 2008. Os contratos são de médio e longo prazo e remunerados por unidade de medicamento produzida. Mais cinco parcerias devem ser anunciadas nos próximos meses.
Dentro dos modelos de parcerias existentes, a Boehringer disponibiliza serviços de manufatura, desenvolvimento de produtos, suporte técnico e registro, validação de processos, além do espaço no condomínio. Para viabilizar a constante modernização da planta industrial, a companhia investiu US$ 75 milhões nos últimos 10 anos, em tecnologia, infraestrutura e recursos humanos. Além disso, a farmacêutica não descarta investimentos para atender os clientes em ICB. “Começamos a produzir três linhas novas de embalagens para atender às demandas de clientes de terceirização. Isso exemplifica o nosso interesse em crescer em negócios industriais”, pontua o gerente de Negócios Industriais, Augusto Geraldi.
Boehringer quer crescer com terceirização
Aproveitando a expertise em produção, farmacêutica planeja incrementar em 30% o volume de medicamentos fabricados no Brasil até 2010
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