Em termos de incidência, o câncer de cólon e reto é a terceira causa mais comum de câncer no mundo em ambos os sexos e a segunda causa em países desenvolvidos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o número de casos novos estimados para o Brasil em 2008 é de cerca de 27 mil.
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Apesar da gravidade, a sobrevida para esse tipo de neoplasia é considerada boa se a doença for diagnosticada em estádio inicial. Por conta disso, a busca por novos métodos para o tratamento de tais tumores é freqüente em diversos centros de pesquisa espalhados pelo mundo.
Em artigo que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, um grupo de pesquisadores de três departamentos da Divisão Médica da Universidade do Texas descreve um alvo novo e promissor no combate ao câncer de cólon e reto.
Trata-se de uma caminho bioquímico considerado crítico para que tumores se espalhem para outros locais no corpo. Segundo os autores do estudo, se esse caminho for bloqueado clinicamente, o resultado seria uma nova e muito aguardada terapia para o câncer colo-retal.
A pesquisa se baseou na análise de uma enzima conhecida como Akt2, comumente encontrada em níveis elevados em pacientes com cânceres de próstata, ovário, mama ou pâncreas.
A partir de dados obtidos de amostras de tecidos cancerosos em humanos, em experimentos de cultura celular e em testes feitos em camundongos, os cientistas conseguiram determinar que a Akt2 também é crítica para a sobrevivência das células tumorais no caso do câncer de cólon e reto nos estágios mais avançados da metástase.
Paralelamente, os pesquisadores mapearam as interações da enzima com outras proteínas importantes na metástase desse tipo de câncer, o que também poderá ser importante base para o desenvolvimento de novas terapias destinadas a evitar que a doença se espalhe pelo organismo.
“A metástase é um processo muito complicado. Por meio de uma complexa seqüência de eventos, as células cancerosas escapam do tumor original e invadem tecidos adjacentes até chegar a vasos sangüíneos ou linfáticos”, disse Piotr Rychahou, principal autor do estudo.
“A partir dali, elas entram na circulação e atingem outros órgãos, nos quais crescerão em tumores secundários. Para sobreviver a essa árdua jornada, elas precisam do apoio de caminhos de sobrevivência, dos quais a Akt2 faz parte de um dos principais”, explicou.