Atentos à importância do Big Data na Saúde, uma série de conteúdos vem sendo preparado para educar e desenvolver o setor. Desde questionar o porquê é importante pensar em big data até mostrar as tendências promissores do conceito e experiências de sucesso que já acontecem na Saúde.

Ricardo Fernandes, da InterSystems, contribui para essa reflexão com artigo que mostra a distância que o Brasil está em relação ao uso dos valiosos dados que são colhidos em uma consulta médica.

Por Ricardo Fernandes*

Vemos no Brasil uma forte comoção sobre a preocupação de separar o lixo reciclável do não reciclável. Fica claro, por meio desta ação de cidadania e preservação do meio ambiente, a importância de inspecionarmos o que temos e estamos jogamos fora, para ver se há algo que possa ser reutilizável, e que nunca nos passou pela cabeça que poderia servir para alguma coisa novamente. Dessa forma construímos uma metodologia de sustentabilidade que reduz custos (a nós mesmos e ao planeta) ao mesmo tempo em que nos permite reavaliar o valor daquilo que consideramos lixo, e que muitas vezes não é.

Este mesmo conceito poderia ser aplicado nas informações hospitalares. Em certos aspectos os dados coletados dos pacientes muitas vezes acabam sendo desperdiçados, quando poderiam ser utilizados a serviço da melhoria da qualidade de atendimentos aos pacientes, e até salvando vidas. É um processo parecido com a coleta seletiva do lixo de nossas casas.

No Brasil, especificamente, o aproveitamento das informações clínicas poderia ser melhor. Muitas vezes o levantamento dessas informações começa e termina junto com a consulta ao profissional de saúde e não há um plano de continuidade para o uso de dados, embora o volume seja gigantesco. Este cenário é bem diferente de outros países. Nos Estados Unidos, que estão entrando na era da medicina de prevenção, por exemplo, informações como genes, efeitos de remédios, fatores biológicos, alimentação, etc., já são utilizadas para descobrir os males causados à saúde, como câncer e diabetes, proporcionando exatidão aos processos clínicos armazenados em um extenso banco de dados dos pacientes e das doenças.

Trazendo para a realidade brasileira, trabalhar esse grande volume de dados, que muitas vezes estão distribuídos em diferentes formatos (planilhas digitalizadas, anotações à mão, exames clínicos, imagens, etc.), pode significar uma mudança importante na área de saúde, ao propiciar melhorias no atendimento aos pacientes, e até mesmo ajudando a prevenir doenças.

Mas como fazer isso, você deve estar se perguntando. Dando a real importância aos dados coletados dos pacientes e, claro, utilizando ferramentas de análise capazes de armazenar, organizar e analisar todo tipo de dado, mesmo em grandes proporções, o chamado Big Data.

De fato, o Big Data é o grande aliado para que as organizações de saúde possam alcançar melhores resultados e para que os fornecedores de TI deste mercado se prepararem para uma nova era, na qual o volume de dados não é o grande desafio, mas sim dar o melhor tratamento e acessibilidade à informação. Igual ao conceito de coleta seletiva do lixo que jogamos fora, se não houver um destino certo para o que é reciclável, ele acabará sendo desperdiçado junto com o lixo comum, e quem perde nestes dois casos, somos todos nós.

Postado por : Medialink – Michelle Alessio

*Autor:Ricardo Peres Fernandes é Country Manager da InterSystems para o Brasil