A balança comercial de saúde é, por tradição, deficitária para a grande maioria dos países do mundo. De um total de 230 países pesquisados no Trademap (entidade de estatísticas de comércio para o desenvolvimento de negócios internacionais), apenas 5% e, no máximo 10% dos pesquisados, apresentaram a sua balança comercial positiva nas famílias de produtos para saúde.
Outro dado relevante mostra que os principais países exportadores desses produtos são também os principais importadores. ?Alemanha, Estados Unidos, Holanda, França, Suíça, Reino Unido e o Japão ? por serem detentores da tecnologia da área ? lideram as exportações do setor e são também os maiores importadores, incluindo-se a China?, afirma o presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), Carlos Eduardo Gouvêa, depois de analisar o estudo.
Ele observa que, nesse cenário, o Brasil está dentro da normalidade, pois apresenta saldo negativo na balança comercial em todos os grupos pesquisados. Sobre as chances de o Brasil tornar-se competitivo nas exportações de produtos para saúde, Gouvêa afirma que o País não apresenta vantagens comparativas em nenhum dos grupos de produtos para saúde pesquisados.
O dirigente explica que a resposta tem como base o cálculo de um indicador chamado Vantagem Comparativa Revelada (VCR), que ajuda a estimar a capacidade de penetração de determinado produto no mercado internacional. ?Para isso, relaciona-se a participação total do Brasil, 1,4%, no mercado internacional de mercadorias, com a participação do país no mercado de exportação do grupo de produtos em análise. Quando o VCRij (exportações do setor i pelo país j) é maior que 1, o país já tem vantagem comparativa revelada no setor ou produto i.
?No caso do Brasil, entre os produtos para saúde pesquisados, todos os VCRs são menores que 1, ou seja, não há vantagem comparativa?, finaliza Gouvêa.