Lesões, ferimentos e doenças na boca podem se tornar um grande problema na vida de muitas gestantes. Segundo um estudo realizado pela Universidade Case Western Reserve, cerca de 700 bactérias bucais são responsáveis pelo nascimento de bebês prematuros e de baixo peso. A Fusobacterium nucleatum é uma delas e é a espécie mais encontrada no líquido amniótico de mulheres que não conseguiram levar a gestação a termo.
Pacientes grávidas portadoras de doença periodontal – infecções nas estruturas de suporte dos dentes – possuem na cavidade oral bactérias que provocam inflamação na gengiva e nos tecidos que fixam o dente ao osso. De acordo com a periodontista Sílvia Palmeira, da Rede Orthos Odontologia, essa inflamação libera na corrente sanguínea uma elevada quantidade de fluidos biológicos, como as citocinas e as prostaglandinas, que estimulam o trabalho de parto.
O ideal é que a gestante submeta-se a um exame periodontal. A odontologista explica: “Após a realização do exame, o dentista irá elaborar o plano de tratamento baseando-se no melhor momento de intervir, que é o segundo trimestre de gestação. No primeiro e no terceiro, somente casos de urgência e consultas para identificação ou não de doenças bucais são realizados”. O exame faz parte do pré-natal odontológico, que busca avaliar a saúde bucal, informações sobre o desenvolvimento do bebê e conscientizar as gestantes quanto a hábitos higiênicos.