O Painel ?Telessaúde na Assistência?, apresentado nesta quarta-feira, durante o XIII Congresso Brasileiro de Informática em Saúde, que ocorre em Curitiba, apresentou a realidade da telemedicina no País e os avanços que esse mecanismo representa para o setor.
De acordo com o médico cardiologista Roberto Botelho, presidente da ITMS do Brasil (International Telemedical Systems), a telemedicina já ?não é em nada diferente da assistência presencial?. A principal demanda, no entanto, é levar esse mecanismo para as diversas regiões do País. ?Podemos ter um diagnóstico altamente complexo em uma tribo indígena no Acre, ou na Favela da Rocinha, como já fazemos?, comentou.
Os investimentos em novos recursos, no entanto, vem acontecendo em algumas cidades do País. Em São Paulo, por exemplo, o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) já conta com 450 ambulâncias equipadas com equipamentos para tele-eletrocardiograma. A utilização desses mecanismos significaria uma redução dos casos de enfarte de 12% para 8% no país. Como ilustrou Botelho, seria como ?evitar duas quedas de um Boeing 737 por mês?.
Já no setor de pronto atendimento, como apontou a professora Dra. Grace Dal Sasso, do setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estão acontecendo maciços investimentos em educação, especialmente voltada para a tele-enfermagem, a partir de disciplinas que trabalham com as chamadas tele-imersões. Para isso a UFSC oferece suporte online aos estudantes. ?Estamos trabalhando para ampliar as tele-imersões e incorporar como ensino e pesquisa?, afirmou.
Já no setor público, a atenção primária, oferecida em unidades de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) é o foco de investimentos do Governo Federal, para integrar o sistema e garantir suporte para novas ferramentas eletrônicas. Patrícia Sampaio Chueiri, do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde, apresentou o atual cenário do setor público no Brasil. De acordo com os dados apresentados, quase 70% das unidades de saúde não estão conectadas à internet, o que faz com que o foco da atual gestão seja informatizar o sistema, especialmente nas regiões norte e nordeste, onde estão as maiores defasagens do setor. ?Precisamos primeiramente suprir problemas de infraestrutura, mas isso nem sempre é tão simples, porque acaba entrando em questões que vão além da alçada do Ministério da Saúde?, afirmou.