O mundo das fusões e aquisições bancárias, as consequências costumam refletir, em sua maioria, no mercado financeiro, marca e na gestão como um todo. Porém, a esfera da saúde também passa por mudanças com as incorporações deste mercado. Como é o caso do Economus Instituto de Seguridade Social, de São Paulo, responsável pelos planos de previdência e saúde dos ex-empregados do Banco Nossa Caixa S.A. Isto porque no ano de 2009,  a Nossa Caixa Nosso Banco foi incorporado pelo Banco do Brasil, instituição financeira que também oferece aos seus funcionários o plano de saúde no formato de Autogestão, no caso, o  Cassi ? Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil   Com uma carteira de 54 mil vidas, o Economus se mantém administrando a população oriunda do extinto Banco Nossa Caixa, enquanto não é decidido se os beneficiários migrarão para a assistência da Cassi, plano de saúde administrado pelo Banco do Brasil.   De acordo com o diretor de seguridade da Economus, Carlos Frederico Tadeu Gomes, o modelo de autogestão atende o público da antiga instituição bancária. ?Até o momento está em estudo quando será feita essa adesão e não temos previsão de quando essa mudança ocorrerá?.   Já para os usuários ativos, que passaram a trabalhar no Banco do Brasil, Gomes conta que o processo de pagamento do plano de saúde é um pouco diferente. ?Existe uma participação do Banco do Brasil e o funcionário contribui com o percentual restante?.   Contrato de reciprocidade   Como parte do processo de integração da Nossa Caixa ao Banco do Brasil, as operadoras firmaram, em 2009, um contrato de reciprocidade entre os seus planos. ?Assinamos esse convênio de reciprocidade com 25 Estados e Distrito Federal, exceto São Paulo?, afirma o presidente da Cassi, David Salviano de Albuquerque Neto.   De acordo com Albuquerque Neto, o contrato foi firmado para que os associados de ambos os planos não fiquem sem prestadores. ?Esta é uma maneira acessível para nós, pois não é necessário mudar a estrutura?.   O motivo pelo qual o contrato de reciprocidade não abrange São Paulo, segundo o executivo da Cassi, se dá pelo fato de que esse processo requer que sejam resguardados todos os direitos dos envolvidos.   Desafios   Gomes conta que uma dos maiores desafios é que existe uma parcela de pessoas aposentadas que dependem dos serviços disponibilizados pelo plano de saúde do Economus, o que necessita de uma atenção especial na gestão da operadora. ?Para custear esse beneficiário, contamos com um fundo do Economus reservado para esses usuários e  também com a mensalidade dos aposentados?.   No entanto, o executivo enaltece que esse é um gasto direcionado e é compatível com a arrecadação da Economus.   O presidente da Cassi afirma que gerir sinistros faz parte das atribuições de gestão de uma operadora de plano de saúde. Quanto aos índices da Economus, ele diz que o gerenciamento da Cassi não tem instrumentos para verificar a sinistralidade da empresa.   Além disso, a Cassi está expandindo sua assistência farmacêutica, juntamente com suas ações de auditoria. Em relação a processos administrativos, a operadora está trabalhando ações de comunicação e iniciativas estratégicas, que devem ser implantadas ao longo do ano.   Iniciativas O representante do Banco do Brasil conta que a principal atribuição de uma operadora de autogestão é gerir sinistros. Para ele, quanto maior cuidado com saúde, maior será a diminuição da sinistralidade.   Para isso, a operadora direciona seu foco para a identificação de risco. Com uma rede de serviços com 65 unidades espalhadas pelo Brasil, a operadora se empenha em identificar, a partir da localização da população, os principais riscos. ?Trabalhamos com a lógica da atenção primária, quando precisamos avançar no diagnóstico, usamos uma rede construída em parceira com profissionais externos, remunerados de forma específica?. Segundo Albuquerque Neto, no ano de 2011, houve uma elevação dos sinistros além das projeções atuariais. ?Não foi um problema só nosso e afetou também as cinco maiores operadoras de planos de saúde?.   Diante deste cenário, a operadora tem procurado atuar com mais precisão no cuidado de seus beneficiários. Mas o executivo ressalta que o objetivo é possibilitar que os indivíduos tenham uma qualidade de vida melhor e que esse resultado se reflita em um melhor controle da curva de crescimento de custos.   Pensando em disponibilizar uma melhor qualidade assistencial aos seus beneficiários, a Economus está criando uma nova reestruturação da empresa. ?Estamos desenvolvendo processos de relacionamento com os prestadores de serviço, como hospitais e clínicas. Além disso, temos o objetivo de revisar alguns processos e trabalhar para melhorar o que for preciso?.   Dentro do cronograma da operadora também está incluso um projeto de prevenção e promoção de saúde, com estimativas de ser inaugurado até o final deste ano. ?O intuito é desenvolvermos um monitoramento dos usuários do plano e, assim, realizar iniciativas para que tenham mais saúde e consequentemente diminua a sinistralidade?.