Dr. Sérgio Kignel dá dicas de como fazer avaliação da cavidade bucal
Muito se escuta falar sobre o câncer em diversas partes do corpo, mas pouca gente sabe que também existe o de boca, que é mais frequente em homens do que em mulheres, que costuma atingir pessoas com mais de 40 anos de idade e que já é a sexta forma mais frequente de tumor do mundo. Um dos principais fatores de risco é o fumo associado ao consumo excessivo de bebida alcóolica.
Para que o tratamento, que pode ser apenas cirúrgico ou incluir a radioterapia ou quimioterapia, provoque menos sequelas possíveis o câncer de boca deve ser detectado o mais precocemente possível. “Este tipo de doença pode ser fatal, com uma taxa de sobrevivência de cincos anos de 50%. Uma das razões desse prognóstico ser tão negativo é o fato dos primeiros sintomas não serem reconhecidos logo. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento”, afirma o dentista especialista em saúde bucal, Dr. Sérgio Kignel.
Como nem sempre é possível visualizar os primeiros sinais que indicam a existência do câncer bucal, torna-se importante uma visita regular ao dentista. Porém, além das consultas de rotinas, é essencial comentar com o profissional caso tenha notado os seguintes sinais:
– Feridas nos lábios, na gengiva ou no interior da boca que não cicatrizam;
– Aumento de tecidos ou inchaço sem causa aparente;
– Manchas negras, brancas ou vermelhas em qualquer outra parte da boca;
– Dificuldade para mastigar ou para engolir;
– Dor sem razão aparente ou sensação de ter algo preso na garganta;
– Inchaço que impede a adaptação correta da dentadura.
AUTOEXAME BUCAL: APRENDA
Para evitar que o câncer bucal chegue a um estágio muito evoluído, o autoexame bucal passa a ser fundamental. Por isso, saiba como fazer essa checagem:
Antes de iniciar o procedimento:
– retire próteses removíveis ou dentaduras;
– faça um bochecho rigoroso com água;
– certifique-se que tenha boa iluminação.
Bochecha
Inspeção visual: puxe a bochecha com os dedos procurando por feridas, sangramentos, manchas brancas, escuras ou vermelhas.
Palpação: com o dedo indicador percorra toda a extensão da bochecha a procura de caroços, endurecimentos e áreas dormentes.
“Faça esse processo tanto na bochecha direita quando na esquerda”, alerta Dr. Kignel.
Lábios
Inspeção visual: procure feridas e alterações de cor nos lábios e nos cantos da boca. Puxe o lábio inferior com os dedos para baixo, procurando feridas, sangramentos e manchas brancas, escuras ou avermelhadas. Faça o mesmo processo com o lábio superior.
Palpação: com o dedo indicador e o polegar em forma de pinça, apalpe toda a extensão do lábio a procura de caroços, endurecimentos e áreas dormentes.
Língua
Inspeção visual: coloque toda a língua para fora observando o dorso (porção superior). Procure por feridas, sangramentos e manchas brancas, escuras ou avermelhadas.
Puxe a língua para observar as bordas laterais, procurando por feridas, sangramentos e manchas brancas, escuras ou vermelhas.
Palpação: com os dedos indicador e polegar em forma de pinça, palpe toda a extensão do lábio procurando caroços, endurecimentos e áreas dormentes.
Assoalho bucal (embaixo da língua)
Inspeção visual: posicione a língua no céu da boca (palato) e observe se há sangramentos e manchas brancas, escuras ou avermelhadas.
Palpação: com o dedo indicador de uma mão e o polegar da outra mão, palpe toda a extensão do assoalho bucal procurando caroços, endurecimentos e áreas dormentes.
Céu da boca (palato)
Inspeção visual: incline a cabeça para trás, abra bem a boca e procure por feridas ou manchas.
Palpação: com o dedo indicador palpe toda a extensão do palato procurando por caroços e áreas dormentes.