Embora raro, o câncer infanto-juvenil tem merecido especial atenção por parte da medicina. Isso porque, além de mais raro, ele é bastante diferente dos tumores que acometem adultos. “Nos pacientes com até 18 anos, a doença apresenta início e disseminação mais rápidos. Paradoxalmente, é mais sensível à quimioterapia, o que permite o alcance de taxas significativas de cura”, destaca a onco-hematologista pediátrica Isis Magalhães, do Cettro Petit, em Brasília. Um aspecto relevante para o alcance de taxas de cura – de 70% no caso da leucemia linfóide aguda, por exemplo – é o atendimento em centros especializados, formados por equipes multidisciplinares. “O manejo dos pacientes pediátricos é muito específico, em especial no que diz respeito às complicações da quimioterapia”, descreve a médica. Nos serviços especializados, os profissionais são capacitados não só no aspecto técnico-assistencial, mas também no relacionamento com as famílias: “Humanização é palavra de ordem. Sabemos que o sucesso do tratamento envolve o desenvolvimento de elos de confiança mútua, além da colaboração e do envolvimento dos familiares nos cuidados hospitalares e domicialiares”. O câncer infantil não pode ser prevenido, visto que não há qualquer evidência entre seu desenvolvimento e fatores ambientais. “Por essa razão o diagnóstico deve ser precoce e preciso”, enfatiza Dra. Isis. A boa notícia é que a ciência está atenta, com especial foco nos casos que resistem ao tratamento.