Uma pesquisa publicada no Journal of Medical Internet Research e realizada na Espanha mostrou que aplicativos podem aumentar aderência médica até para pessoas mais velhas (acima de 65 anos) e distantes da tecnologia.
A não-aderência e os erros de medicação são comuns entre pacientes com regimentos complexos de drogas. Os aplicativos para smartphones e tablets são efetivos para aumentar a aderência, mas ainda não foram testados em pacientes com pouca experiência com este tipo de tecnologia. O objetivo então, foi desenhar, implementar e avaliar um app de auto-monitoramento para pacientes mais velhos que tomam múltiplos medicamentos e aumentar assim, a aderência ao tratamento.
O aplicativo, chamado ALICE, foi desenhado para Android e iOS para permitir personalização das receitas médicas, mostrando imagens dos medicamentos com alertas e várias notas para cada alerta. Os pacientes do grupo controle (48 indivíduos) receberam informações oral e escrita sobre suas medicações e os pacientes do grupo teste (51 indivíduos) usaram ALICE por três meses. As taxas estudadas foram de doses esquecidas, erros de medicamentos apresentados pelos pacientes, scores da Escala de Morisky para adesão de medicamentos, nível de independência, percepção do próprio estado de saúde e testes bioquímicos.
Os pacientes do grupo teste apresentaram melhores escores na escala de Morisky e relataram ter esquecido de tomar poucas doses. Em termos de erros no consumo de medicamentos, o app só reduziu significativamente os erros em pacientes com altas taxas de erro no início da pesquisa.
Pacientes sem experiência com tecnologia reportaram melhor adesão, menos doses esquecida, menos erros de medicamentos. A taxa de satisfação do aplicativo, segundo os indivíduos, foi de 8.5 em 10. Dos 51 pacientes, 88% sentiram que o aplicativo aumentou a independência na gestão do tratamento.
Nota-se, então, que o aplicativo aumenta a adesão ao tratamento, ajuda a reduzir taxas de esquecimento e de erros no consumo do medicamento e, ainda, aumenta a independência do paciente na gestão do próprio tratamento. É de extrema importância que novos estudos assim sejam realizados e que apps sejam desenvolvidos para que esta faixa etária tenha seu nível de autonomia aumentado nas tarefas do dia-a-dia.