A notícia de que a Universidade Federal de São Carlos finalizou a última etapa para aprovar a criação do curso de Medicina foi recebida de forma negativa pela Associação Paulista de Medicina (APM). O Diretor de Defesa Profissional, Florisval Meinão, afirma que a entidade é contrária à criação de novos cursos. “Existem escolas de medicina em excesso no Brasil. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a proporção de médicos para pacientes deve ser 1/1000. No Brasil, o índice é de 1/350”. A APM teme que o excesso de oferta de mão-de-obra traga desequilíbrio ao mercado. “Os planos de saúde pagam cada vez menos pelas consultas. Os médicos acabam em subempregos, aumentam sua jornada de trabalho e colocam a qualidade do atendimento em risco”.
Meinão também questiona a qualidade dos novos cursos de medicina. “Talvez no caso da universidade federal isso não aconteça, mas a maioria das novas escolas de medicina precisaria passar por uma reavaliação, porque não têm estrutura para oferecer o curso. A formação nessas instituições é um risco para a sociedade”.
A proposta da Universidade São Carlos foi aprovada pelos Conselhos Universitários e de Ensino, Pesquisa e Extensão. Agora, o projeto pedagógico será detalhado e enviado aos Conselhos Nacionais de Educação e de Saúde para análise. A expectativa da reitoria é que 40 vagas possam ser oferecidas no vestibular desse ano.
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