A adesão ao tratamento é um dos grandes problemas que vemos nos cuidados de saúde e, graças à complexidade do ser humano, é bastante difícil calcular qual a melhor fórmula para que este processo seja melhorado. Garrafas inteligentes, mensagens de texto, aplicativos de saúde e outras diversas ferramentas já foram criadas para que esta adesão aumente, mas o que realmente pode funcionar?
A Next IT está desenvolvendo uma abordagem bastante interativa para a adesão ao tratamento. Eles querem aplicar inteligência artificial ao problema e reduzir o número de medicamentos não tomados: 40% dos medicamentos de pacientes crônicos não são consumidos. A solução promete aumentar o engajamento criando conversas com o paciente.
O Alme Health Coach é baseado em anotação de doses medicamentosas perdidas ou em um alarme de sono, mas os desenvolvedores querem criar uma conversa com os usuários que vá além das respostas sim ou não para gerar insights sobre o que motiva o paciente a ter determinado comportamento, o que, no caso, é a baixa adesão ao tratamento. Problemas como depressão, dificuldades financeiras e efeitos colaterais poderiam ser discutidos na plataforma.
A Next IT já desenvolveu 33 assistentes virtuais para guiar e entender melhor os problemas do consumidor em setores como bancos, varejo e gestão financeira. Uma parte da estratégia de inteligência artificial consiste em repetir o que o usuário disse para verificar e deixar os pensamentos claros, evitando erros e falsas análises.
“Nós queremos pegar dados e informar ao médico. Como nós conseguimos fazer a pessoa seguir a orientação médica fora do consultório? Você tem que dar medicamentos que eles possam pagar e você tem que lembrá-los também. O diabetes vai falir este país… nós precisamos dar informações para que as pessoas as usem. Nós queremos usar motivação e educação para melhorar a adesão ao tratamento. Se você der informação suficiente para evitar efeitos colaterais, eles vão seguir.”
A conversação pode variar. O aplicativo pergunta para o paciente se ele tem alguma pergunta ou algo a dizer. Eles usam piadas, poesia e banalidades para estimular a atenção do usuário e encorajar o tipo de interação buscada. Ele também é programado para dar aos pacientes informações sobre gestão de humor, dieta e exercícios.
Dentre as empresas que estão testando o aplicativo, o fundador diz que as farmacêuticas são as mais interessadas e que elas têm se mostrado impressionadas com o lado “humano” da ferramenta.