O Instituto de Ensino e Pesquisa HEMOMED, representado pelo seu presidente, o hematologista Adelson Alves, estará em Brasília nos próximos dias 16 e 17 de agosto, no Seminário Internacional sobre o uso e a regulação do Plasma Rico em Plaquetas (PRP) como produto de sangue não transfusional, promovido pela Anvisa. Será no auditório da sede da Anvisa, em Brasília.

Com larga experiência no setor, o médico hematologista e pioneiro em pesquisas com células tronco no Brasil, dr. Adelson Alves, comparece para oferecer colaboração e expertise para a Anvisa. “O Brasil não pode mais continuar na obscuridade quando se fala em desenvolvimento de pesquisas clínicas ou de tratamentos de ponta por falta de uma legislação que regule o tema. Será de grande importância a regulação do uso desse derivado do sangue para que possamos trazer novos tratamentos para pacientes sem esperança, que sofrem com doenças hoje consideradas incuráveis. Queremos trazer o avanço e a inovação das pesquisas para o leito dos pacientes”, destaca o cientista. Para ele, as pesquisas não podem ser transformadas apenas em teses de mestrado e doutorado. Precisam cumprir a função social de atender ao paciente.

Brasil só permite uso do sangue para transfusão

No Brasil, o uso do sangue é destinado unicamente para fins de transfusão segundo nossa legislação. A hemoterapia utiliza cada componente do sangue como hemácias, plaquetas e plasma apenas para esse fim. Não há autorização para uso do sangue para pesquisa clínica ou tratamento de doenças.

No entanto, países da União Europeia e EUA já adotaram o uso e regulação do Plasma Rico em Plaquetas para tratamento de lesões, pois esse composto sanguíneo tem função regeneradora comprovada. Estudos e práticas internacionais já demonstraram propriedades importantes de cicatrização e regeneração de lesões ortopédicas como rompimento de ligamentos e traumatismos. Muitos atletas de alta performance já se beneficiaram dessa tecnologia no exterior, já que o Brasil tem a tecnologia, mas não pode utilizá-la na área médica . Embora no setor odontológico, o PRP foi liberado para utilização pelo CFO para acelerar implantes ósseos e outros fins terapêuticos.

Para trazer a experiência do exterior ao Seminário, participa do evento a Agência Reguladora de Medicamentos da Espanha, país que já liberou o uso do PRP na medicina.

Brasil está preparado para produzir PRP

Segundo o hematologista Adelson Alves, especialista no segmento de células tronco e sangue, o Hemocentro São Lucas, o banco de sangue de última geração integrado ao Instituto de Ensino e Pesquisa HEMOMED, está totalmente habilitado para produção e utilização do Plasma Rico em Plaquetas, mas a regulação para uso médico impede esse avanço e restringe a pesquisa ao meio acadêmico.

“Trazemos para a Anvisa nossa contribuição considerando anos de experiência e pioneirismo no setor para ajudar a construir um melhor entendimento e alertar para a importância dessa regulação para o benefício da população”, destaca o hematologista.

Pioneiro na pesquisa com células tronco no país

O HEMOMED é a primeira instituição privada brasileira a investir recursos próprios e sem nenhum custeio público em pesquisa clínicas e terapias avançadas com células tronco. Atua no setor desde 1996, sendo pioneira no setor. Implantou o primeiro laboratório de criogenia por nitrogênio líquido no país para preservação de células tronco a partir de parâmetros internacionais.

Realiza várias pesquisas clínicas para tratamento de doenças com células tronco como pesquisas para tratamento da ELA – Esclerose lateral amiotrófica, a doença do físico Stephen Hawking, que se tornou celebridade ao produzir algumas teorias fundamentais da física moderna como o buraco negro , e que morreu dessa doença. Também foram feitas pesquisas para tratamento do DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, com alto grau de sucesso, e avalizadas em vários congressos médicos e publicações científicas. Outras patologias igualmente importantes encontram- se em fase de conclusão para as áreas de dermatologia e ortopedia.

Todas as pesquisas seguiram rigorosos protocolos científicos, obedecendo todas as etapas de aprovação no sistema regulatório nacional e contaram com o respaldo de instituições acadêmicas como a USP, a Faculdade de Medicina do ABC e a Unesp entre outras.

As pesquisas clínicas no segmento de células tronco só foram possíveis porque existe regulação da Anvisa (RDC 214), que normatiza o uso de células humanas para pesquisa clínica e terapias avançadas no país caso contrário estariam inviabilizadas.

Segundo o hematologista, este é o momento de o Brasil avançar, regulando também a PRP (Plasma Rico em Plaquetas), para que a tecnologia possa ser aplicada na prática beneficiando milhares de pessoas.