“A infraestrutura já está finalizada. Agora é hora de cuidar do recheio.”É desta forma que Sérgio Bento, superintendente de operações do Hospital Samaritano, de São Paulo, explica a atual situação das obras do projeto de ampliação e modernização do hospital, que teve início em março de 2007 e recebeu cerca de R$ 123 milhões de investimento, entre projetos, equipamentos e instalações.
O novo complexo hospitalar está sendo construído no mesmo terreno ocupado atualmente pela instituição. O conceito de complexo é porque envolve um trabalho integrado entre os prédios, num padrão arquitetônico mais moderno de acabamento. A previsão é de que seja inaugurado no início de 2011.
O superintendente explica que a gestão da obra é compartilhada entre a construtora Cerpal e uma pequena equipe da instituição. À construtora cabe a contratação da mão-de-obra e também dos fornecedores de insumos. Já o hospital conta com uma Comissão de Patrimônio, estatutária, composta por diretores e administradores, que se reúnem mensalmente.
O projeto foi dividido em várias etapas: fase de demolições, fundações e construção. O novo complexo está sendo construído com pavimentos flexíveis que possibilitam readequações de áreas, com adaptações mínimas e rápidas, permitindo o acompanhamento das tendências e demandas do segmento de saúde.
Segundo Bento, hoje, a principal preocupação é o cumprimento do cronograma, pois, qualquer alteração de projeto, corre-se o risco de haver algum atraso na entrega. Por isso, atualmente, o foco está na gestão da evolução da obra. “Estamos fazendo uma gestão muito detalhada em cima de um planejamento consistente para não deixar escapar nada em termos de cronograma”, explica Bento, que considera os sistemas de instalação de um hospital bastante complexos, afinal, há preocupação com a rede elétrica, com gases medicinais, etc . “Estamos apenas aguardando o habits parcial para inaugurarmos o estacionamento, com mais 300 novas vagas e mudar a farmácia para o local definitivo”, complementa o executivo.
O projeto de automação da farmácia contempla equipamentos chamados ?cártex”- horizontal e vertical – que organiza todo o armazenamento de insumos de materiais e medicamentos e todo o processo de dispensação.
Existem também os dispensários eletrônicos nos postos de enfermagem. Os itens de grande consumo ficam nesses dispensários, que são alimentados durante a noite pela equipe de enfermagem. A partir daí, por meio da codificação, os profissionais colocam a senha, imediatamente uma caixinha é aberta com o remédio e o débito na conta do paciente é automático.
Além disso, existem as famosas ?capelas”, responsáveis pela diluição de injetáveis. Nelas, o medicamento já é distribuído na farmácia e chega pronto à enfermagem. Os profissionais só precisam colocar a agulha. “Tudo está integrado ao sistema informatizado de gestão, o que agiliza bastante o processo, afinal, não é preciso ficar transportando um por um a todo momento”, explica Bento.
Segundo o executivo, quando a farmácia mudar para o prédio novo, que deve ocorrer a partir do mês de maio, todo o complexo já vai estar com o correio pneumático, de tal forma que agiliza também o transporte para uma parte significativa dos insumos para o paciente. “Estamos muito focados nesse projeto de automação da farmácia, que vai aumentar a eficiência organizacional, reduzir eventuais erros de medicamentos e liberar tempo para os enfermeiros se dedicarem ao paciente”, completa.
Além da automação da farmácia, há, ainda, uma série de ações voltadas para a área comercial, como atração de novas equipes médicas e a ampliação das parcerias com as operadoras de planos de saúde. A demanda advinda do pronto-socorro tem sido bastante alta. Em fevereiro, por exemplo, o hospital registrou 82% de ocupação. “Nem sempre conseguimos dar conta. Por isso, esperamos que, com a conclusão da obra do PS, que duplicará a área física, os atendimentos aconteçam sem grandes problemas”, prevê Bento.
O retrofit das áreas já existentes é uma das etapas que deve acontecer apenas após a inauguração da nova área. O processo de modernização dos equipamentos considerados ultrapassados deve ter início no primeiro trimestre de 2011 e durar de um ano e meio a dois anos, já que esse tipo de obra precisa ser feito com atendimento simultâneo. “Do ponto de vista de gestão é um desafio, pois é preciso fazer a obra de forma faseada, afinal, há preocupação com barulho, poeira, disseminação de infecção”, explica o superintendente. Algumas medidas já estão sendo tomadas pela instituição, como cuidados de isolamento de acesso à área, implantação de janelas acústicas, demolições controladas, execução de contenções e fundações que não trazem vibrações ao solo.
Outro processo que acontecerá daqui um tempo é o de certificação. Bento explica que, por acrescer muito a área construída, o novo complexo hospitalar deverá passar por uma avaliação específica. Trata-se de uma exigência da Joint Commission International ( JCI). “Apenas quando o prédio novo estiver em operação é que entraremos em contato com a CBA para agendar uma nova visita”, conta.
O Samaritano recebeu o certificado de acreditação da JCI em 2004 e três anos depois passou por uma reacreditação. A próxima avaliação para manutenção do certificado será realizada no final deste ano.
O novo complexo contará com:
- Átrium com serviços de apoio e estruturas de conveniência e amenidades para pacientes e acompanhantes;
- Completo Centro de Diagnóstico, com tecnologia de ponta e de alta complexidade, aumento da resolubilidade diagnóstica e integração entre bases técnicas que permitirão estudos dinâmicos e funcionais por imagem, centro de atenção à saúde feminina e plataformas digitais de arquivamento e integração de imagens médicas;
- Cinco Unidades de Internação Hospitalar com padrão hoteleiro avançado;
- 34 novos Consultórios Médicos dedicados ao Pronto Atendimento;
- Centro Especializado em Cuidados com a Mulher;
- Instituto do Conhecimento, Ensino e Pesquisa, com auditório de 200 lugares para conferências e bibliotecas;
- Serviço de Nutrição e Gastronomia para atender os mais exigentes paladares e culturas gastronômicas, privilegiando as escolhas dietéticas mais adequadas e compatíveis às opções do paciente, além da possibilidade de cardápios kosher e vegetariano;
- Centro Cirúrgico de alta complexidade, com tecnologia incorporada para a execução de procedimentos especiais e 10 salas de grande porte, totalmente integrado às plataformas digitais de imagens médicas e suporte intra e pós- operatório avançado;
- Unidade de Terapia Intensiva Adulto – 23 leitos, com nova tecnologia de sistema de suporte avançado à vida (ECLS);
- Central de Distribuição com condições para automatização das funções de assistência farmacêutica e recursos que garantem a segurança assistencial e rastreabilidade;
- Ampliação das Unidades de Terapia Semi-intensiva e de Cuidados Especiais.
Números
- Investimento de R$ 123 milhões
- Número de leitos: passará de 200 para até 300
- Aumenta em 55% o número de leitos de internação
- Crescimento de 140% na capacidade de atendimento a pacientes ambulatoriais
- Durante a fase de implantação de novos projetos, são gerados 300 postos de trabalho
- 300 novas vagas de estacionamento, com estimativas de se criar mais 600 após a conclusão da obra
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