A operadora de saúde Amil trava uma agressiva batalha para manter suas margens de lucro. A empresa registrou queda no número de beneficiários – 2,3% a menos se comparado com quarto trimestre de 2008 – e atribui este fato ao processo de renegociação dos contratos com custos médicos elevados, além dos cancelamentos ocorridos este ano em função da crise financeira global. “Tínhamos muitas empresas deficitárias, em alguns casos estávamos quase pagando para tê-los como clientes”, afirma Edson Godoy Bueno, fundador e presidente do conselho da Amil.
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O número de beneficiários corporativos caiu de 1,9 milhão em dezembro de 2008 para 1,8 milhão no final de março deste ano. No fim do primeiro trimestre de 2009, a Amil registrou 3,1 milhões de beneficiários, sendo 59,8% em planos corporativos, 21,5% em individuais e 18,7% em dentais. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve um incremento de 9,7% na quantidade de beneficiários.
A companhia comemora a queda no índice de sinistralidade (custo médico) de 65,7% no primeiro trimestre de 2008 para 63,4%, porcentagem registrada no final de março deste ano. “Conseguimos um custo médico menor, mas em compensação registramos despesa administrativa mais alta. Investimos bastante em sistemas de tecnologia da informação”, justifica Bueno.
O índice de despesa no primeiro trimestre de 2009 foi de 15,1% contra 14,1% no mesmo período do ano anterior. “Nossa meta é reduzir nossas despesas administrativas em 1,5% até o final do ano”, prevê Erwin Kleuser, diretor de relações com investidores da companhia.
O lucro líquido ajustado alcançou R$ 78,8 milhões no primeiro trimestre de 2009, 12,1% menor quando comparado aos R$ 89,6 milhões do primeiro trimestre de 2008. Kleuser afirma que o resultado foi impactado pelas aquisições realizadas pela empresa. No primeiro trimestre foi consolidado o Hospital de Clínicas de Brasília (HBC), adquirido no final do ano passado por R$ 8,5 milhões. Nos últimos 12 meses, cinco hospitais foram agregados à estrutura própria da Amil.
Mais aquisições
A empresa, que tem R$ 1 bilhão em caixa, informa que possui R$ 250 milhões para aquisições. “Mas não existe nada com a Medial. Estamos avaliando empresas menores”, diz Bueno comentando rumores de mercado sobre possível interesse na empresa. Ao mesmo tempo, deixa claro que, caso comprasse a Medial, não seria necessário grande investimento. “Poderíamos fazer uma fusão.”