É notado que, quando ouvimos um som por muito tempo, nosso sistema acaba, por fadiga, insensibilidade ou atenção seletiva, este som pode passar a ser menos percebido por nós. Os resultados deste tipo de fadiga dentro de um hospital podem ter impactos bastante negativos na segurança do paciente.

No mínimo, este tipo de fadiga por gerar um impacto no fluxo de trabalho dos hospitais, ao mudar a sintonia dos alertas recebidos.

O Lucile Packard Children´s Hospital, parte de um programa piloto da Stanford Healthcare, está com a missão de redefinir guias de sinais vitais que geram os alarmes. Este é um problema para quase todos os hospitais, mas os hospitais infantis, dado o nível de complexidade, devem ter uma atenção especial.

“Este problema é muito real para nossos pacientes e seus provedores. Nós auditamos o andar do centro cirúrgico e encontramos que 2000 alarme são acionados por dia. E isso somente para este setor.”

A Joint Comission, grupo responsável por avaliação de acreditação hospitalar, passou a considerar o problema como um dos fatores para acreditação. No último ano, os hospitais passaram a precisar estabelecer alarmes por prioridades.

“É estimado que entre 85 e 99% dos sinais de alarme não requerem intervenção clínica, como quando as condições do alarme, por exemplo, estão muito rídigas. As configurações são padronizadas e não ajustadas para um paciente específico ou para a população. Como resultado, o corpo clínico fica des-sensibilizado para o alarme ou imune aos sons – sofrem, então, de fadiga do alarme.”

Parte do problema é que cada hospital opera nas suas próprias métricas – não há padrão na indústria e o que ativa um alarme para pacientes adultos que tiveram um trauma é extremamente diferente do que ativa em uma criança de oito anos com alguma condição crônica.

O Lucile Packard analisou 100 mil medidas em uma amostra de mais de 7000 pacientes para determinar, no centro cirúrgico, quais sinais deveriam, de fato, ativar o alarme.

ELes estratificaram a amostra por idade e os sinais vitais tiveram amostras muito diferentes do que as crianças precisavam para ativar os sinais. Caso eles utilizassem os mesmos dados que os adultos, cerca de 50% de todas as crianças apresentariam este tipo de alarme.

Isso significa muito para os sistemas de saúde, além dos impactos óbvios para a segurança do paciente. Para eles, o melhor é utilizar o big data para resolver este problema, gerando os índices necessários de alerta para cada setor do hospital e para cada faixa etária de pacientes.